QUEM SÃO OS HOMENS QUE FICAM QUANDO ADOECEMOS, DEPRIMIMOS, ENGORDAMOS, CANSAMOS OU DESISTIMOS?
Mulheres são ensinadas a cuidar; homens, a serem cuidados. Quando ficamos exaustas, qual homem cuida de quem sempre cuidou dele?
“Nós, mulheres, fomos ensinadas a cuidar, apoiar, perdoar, maternar. Aos homens se pede quase o mínimo e pouco é exigido nesses campos. Eles recebem tudo feito, mastigado, elaborado ou traduzido por uma mulher. Ou por várias”
“Quem nunca ouviu de um homem: ‘dei tudo o que tinha para dar nessa relação’ ou ‘eu nunca fiz tanto para uma mulher como fiz pra você’? Mas e quando nós adoecemos, deprimimos ou perdemos a fé? Quem fica do lado? Quem cuida de quem cuida?”
“Na minha ancestralidade, muita mulher se esfolou, machucou, sangrou e até enlouqueceu por dar além do que poderia para sustentar uma relação. E por mais educado, gentil e trabalhador que seja o homem, ele certamente vai repetir as estruturas de poder. E isso vai te golpear”
“Os homens são os donos da bola. Eles decidem quando jogar e por quanto tempo. Eles dão as regras, interrompem as partidas e voltam quando estão entediados – ou quando tem vaga na agenda. Eles decidem guardar a bola no saco e acabar o jogo. ‘Mas logo agora?’”
“Os homens são educados a trabalhar, vencer na vida, crescer profissionalmente, escolher a carreira antes da família. E nós somos ensinadas a amar um homem e mantê-lo a qualquer custo, especialmente quem já passou dos 30 ou é mãe. ‘Segura esse homem!’”
“Escrevo esse texto em honra a todas as mulheres que perderam os sonhos, as noites e a autoestima enquanto se relacionavam com homens. Sinto e vibro a força de toda fúria, desespero e tristeza que esse lugar vazio nos reserva”
“Se você também habita esses lugares internos, que tantas vezes habitei em reabilitação pós-relação com homens, te chamo: sai daí. Corre enquanto há tempo. Grita com apoio desses nós ancestrais na garganta. Canta teus cantos que clamam por dignidade”
“Faça as pazes com a liberdade. Beberemos, ainda nessa geração, a colheita da nossa autonomia financeira e material. Mas precisamos desfrutar da nossa autonomia afetiva, que é onde o calo aperta e o engodo não solta”
“De-sa-pe-ga. Toma teu corpo. Fortalece tua autoestima. E refaz o teu caminho. Tua trupe te diz: já é hora de partir de onde o amor não é mais servido. Vem por mim, por você e por nós! A vida nos espera”