Retrato de Caroline Figueiredo
Logo da Revista Tpm
Por Carolinie Figueiredo
@carolinie_figueiredo

QUEM SÃO OS
HOMENS QUE
FICAM QUANDO
ADOECEMOS,
DEPRIMIMOS,
ENGORDAMOS,
CANSAMOS OU
DESISTIMOS?

Retrato de Caroline Figueiredo com box de cor
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Mulheres são ensinadas
a cuidar; homens, a serem
cuidados. Quando ficamos
exaustas, qual homem cuida
de quem sempre cuidou dele?
Retrato de Caroline Figueiredo com box de cor
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“Nós, mulheres, fomos
ensinadas a cuidar, apoiar,
perdoar, maternar. Aos
homens se pede quase o
mínimo e pouco é exigido
nesses campos. Eles recebem
tudo feito, mastigado,
elaborado ou traduzido por
uma mulher. Ou por várias”
Retrato de Caroline Figueiredo com box de cor
“Quem nunca ouviu de um
homem: ‘dei tudo o que tinha
para dar nessa relação’ ou
‘eu nunca fiz tanto para uma
mulher como fiz pra você’?
Mas e quando nós adoecemos,
deprimimos ou perdemos
a fé? Quem fica do lado?
Quem cuida de quem cuida?”
“Na minha ancestralidade,
muita mulher se esfolou,
machucou, sangrou e até
enlouqueceu por dar além
do que poderia para sustentar
uma relação. E por mais
educado, gentil e trabalhador
que seja o homem, ele
certamente vai repetir
as estruturas de poder.
E isso vai te golpear”
“Os homens são os donos
da bola. Eles decidem
quando jogar e por
quanto tempo. Eles dão
as regras, interrompem as
partidas e voltam quando
estão entediados – ou quando
tem vaga na agenda. Eles
decidem guardar a bola
no saco e acabar o jogo.
‘Mas logo agora?’”
“Os homens são educados
a trabalhar, vencer na vida,
crescer profissionalmente,
escolher a carreira antes
da família. E nós somos
ensinadas a amar um homem
e mantê-lo a qualquer
custo, especialmente quem
já passou dos 30 ou é mãe.
‘Segura esse homem!’”
“Escrevo esse texto em
honra a todas as mulheres
que perderam os sonhos,
as noites e a autoestima
enquanto se relacionavam
com homens. Sinto e vibro
a força de toda fúria,
desespero e tristeza que esse
lugar vazio nos reserva”
“Se você também habita esses
lugares internos, que tantas
vezes habitei em reabilitação
pós-relação com homens, te
chamo: sai daí. Corre enquanto
há tempo. Grita com apoio
desses nós ancestrais na
garganta. Canta teus cantos
que clamam por dignidade”
“Faça as pazes com a
liberdade. Beberemos, ainda
nessa geração, a colheita da
nossa autonomia financeira
e material. Mas precisamos
desfrutar da nossa autonomia
afetiva, que é onde o calo
aperta e o engodo não solta”
“De-sa-pe-ga. Toma teu corpo.
Fortalece tua autoestima.
E refaz o teu caminho.
Tua trupe te diz: já é hora
de partir de onde o amor
não é mais servido. Vem por
mim, por você e por nós!
A vida nos espera”

é outra
conversa.