Mulher negra que lutou contra a escravidão, Tereza de Benguela deu visibilidade ao papel feminino na história brasileira contra a colonização
Por esse motivo, ela virou representante do Dia da Mulher Negra no Brasil, ou Dia Nacional de Tereza de Benguela, que, desde 2014, ocorre em 25 de julho
No século 18, após a morte do companheiro, ela liderou por ao menos 20 anos o Quilombo Quariterê, localizado na fronteira do Mato Grosso com a Bolívia. De acordo com documentos da época, o local abrigava mais de 100 pessoas, incluindo indígenas
Tereza comandou a estrutura política, econômica e administrativa da comunidade, enfrentando diversas batidas da Coroa Portuguesa. Ela também implantou novos modelos de desenvolvimento, como o uso do ferro na agricultura
Além disso, ela criou uma espécie de parlamento, em que tomava decisões para a comunidade em grupo. Sob seu comando, a comunidade negra e indígena resistiu até 1770, quando foi destruída pela estrutura escravocrata do Brasil
Nos poucos documentos que abordam a história do quilombo, Tereza é descrita e comparada com as rainhas africanas conhecidas à época. Os registros indicam que as autoridades coloniais que destruiriam o aldeamento a enxergaram como uma figura imponente
No século 18, o tráfico entre Rio de Janeiro, Luanda e Benguela — localizado onde hoje é o país de Angola — foi intensificado devido à busca pelo ouro. Tereza foi uma das muitas escravizadas que vieram da África Centro-Ocidental em direção às regiões de mineração no Brasil
Durante o ataque ao quilombo, alguns quilombolas conseguiram fugir e restituir o espaço. No entanto, o local foi dizimado definitivamente em 1795
Tereza foi morta após ser capturada por soldados e teve a cabeça exposta no centro do Quilombo. Sua história, apesar de pouco difundida, ainda vive no Brasil, e é importante para reconhecer o papel da mulher negra na história do país