Figura emblemática do modernismo brasileiro, Patrícia Rehder Galvão lutou pelas mulheres defendendo o direito à participação ativa na política e nas artes
Jornalista, escritora, ativista e desenhista, ela nasceu em uma família tradicional e conservadora de São João da Boa Vista (SP) no início do século 20
Pagu desafiava os padrões da época com seu comportamento considerado extravagante e chamava a atenção pelas roupas ousadas, cabelo arrepiado e maquiagem acentuada
Com apenas 15 anos, se mudou para a capital paulista, onde passou a trabalhar como redatora no Brás Jornal e a denunciar as injustiças sociais
Aos 18, uniu-se ao movimento modernista sob influência da pintora Tarsila do Amaral e do escritor Oswald de Andrade e passou a assinar suas obras como Pagu
No início dos anos 30, ingressou no Partido Comunista Brasileiro e fundou o jornal “O Homem do Povo“ ao lado de Oswald de Andrade
Em seus artigos, ela escrevia sobre feminismo, desigualdade social e criticava a elite paulista da época
Também atuou como ilustradora e cartunista do jornal, assinando a série de tiras “Malakabeça, Fanika e Kbelluda”, de tom feminista e transgressor
Em 1931, Pagu foi presa pela primeira vez por sua militância política, o que se repetiu mais de 22 vezes ao longo da vida
Anos depois, publicou o romance “Parque Industrial”, sob o pseudônimo de Mara Lobo. Na obra, ela denuncia as condições precárias enfrentadas por operárias paulistanas
“Pensei em escrever um livro revolucionário. Ninguém havia ainda feito literatura desse gênero” escreveu NA OBRA 'Autobiografia precoce'
Neste livro, de 1940, ela escreve de forma corajosa sobre sua arte, militância, filhos e relacionamentos amorosos
Sua vida e obra inspiraram documentários, filmes, músicas, peças teatrais e pesquisas acadêmicas, eternizando Pagu como uma das mulheres mais irreverentes da história do Brasil
“Esse crime, o crime sagrado de ser divergente, nós o cometeremos sempre”