POR: joão de mari

Mercedes
Baptista

mulher foda

apresentar uma

deixa eu te

Fotos: reprodução
Primeira mulher negra do corpo
de baile do Theatro Municipal
do Rio de Janeiro, a artista
criou um estilo de balé
influenciado pela cultura negra
e revolucionou os desfiles
das escolas de samba
Nascida em Campos dos Goytacazes
(RJ) em 1921, Mercedes Batispta
trabalhou como empregada
doméstica, funcionária de uma
gráfica e operária em uma
fábrica de chapéus. Seu contato
com a arte surgiu quando
virou funcionária em uma
bilheteria de cinema
Não demorou muito até decidir
que queria ser bailarina.
Com isso, ela começou a ter
aulas com a professora Eros
Volúsia, conhecida no Brasil
e no mundo por incorporar
elementos africanos e
indígenas em sua dança
Filha da poeta Gilka Machado,
foi Eros quem encaminhou Mercedes
ao Theatro Municipal do Rio
de Janeiro. Lá, a então jovem
aluna completou sua formação
com a dançarina russo-brasileira
Maria Olenewa e o professor
estoniano Yuco Liderberg
Em 18 de março de 1948,
Mercedes foi aprovada no
concurso do Theatro Municipal
e se tornou a primeira mulher
negra a compor o corpo de baile
da instituição. Mas, apesar de
todo o talento e reconhecimento,
ela recebeu poucos papéis de
destaque nos espetáculos
Paralelamente, Mercedes começou
a se envolver com a militância
e participou de apresentações
do Teatro Experimental do
Negro, criado por Abdias
do Nascimento, Ruth de Souza,
Haroldo Costa e Santa Rosa
Foi nesse espaço que ela
conheceu a dançarina e antropóloga
norte-americana Katherine Dunham,
considerada pioneira da dança
negra nos Estados Unidos, e
foi selecionada para uma bolsa
de estudos na Dunham School of
Dance, em Nova York, em 1950
No exterior, a bailarina
mergulhou no movimento
negro e na dança moderna.
Em 1953, de volta ao Brasil,
ela fundou o Ballet Folclórico
Mercedes Baptista para alunos
negros, criando uma linguagem
com movimentos das tradições
afrobrasileiras, como o candomblé
A bailarina também trabalhou
como carnavalesca na escola de
samba Acadêmicos do Salgueiro,
em 1960. Ela a foi responsável
por criar uma ala no desfile que
incorporava passos da dança
clássica e levou a escola ao
título de campeã naquele ano
Mercedes morreu em 2014,
aos 93 anos, vítima de
problemas cardíacos e diabetes.
Seu legado e contribuição
para a dança brasileira,
no entanto, vive até hoje
mercedes baptista

1921 – 2014

é outra
conversa.