Educadora, sacerdotisa religiosa, ativista e uma das principais vozes contra o racismo, a soteropolitana Valdina de Oliveira Pinto ficou conhecida como Makota, denominação do cargo como conselheira da mãe de santo no Terreiro Tanuri Junsara de Nação Angola, em Salvador
“Eu não quero que me tolerem, eu quero que me respeitem o direito de ter minha crença”, dizia
Defensora do ensino e preservação do patrimônio cultural afro-brasileiro, ela se formou em 1962 no antigo ICEIA, na capital baiana, e atuou como educadora da rede municipal de ensino por mais de 50 anos, além de ser membro do Conselho de Cultura da Bahia
Ela também lecionava na comunidade do bairro Engenho Velho da Federação, onde ficava o Terreiro Nzo Onimboiá, e foi convidada a ir até às Ilhas Virgens pelo Corpo da Paz para dar aulas de português a um grupo que viria ao Brasil
Ao longo de sua vida, Makota Valdina recebeu condecorações como o Troféu Clementina de Jesus (UNEGRO), o troféu Ujaama, a Medalha Maria Quitéria, além de ser reconhecida como Mestra Popular do Saber
Ela foi homenageada no documentário “Makota Valdina - Um jeito Negro de Ser e Viver”, de Joyce Rodrigues, e, em 2013, lançou a autobiografia “Meu Caminho, Meu Viver”, um livro de memórias para inspirar as pessoas, sobretudo as negras, a contarem suas histórias
“A história de vida de cada negro é parte de uma história coletiva que ainda está por ser verdadeiramente conhecida por muitos“
“Não sou descendente de escravos. Eu descendo de seres humanos que foram escravizados”
“Somos um país de misturas. Aqui, a gente tem a cultura indígena, africana, europeia e oriental e, junto com elas, suas crenças e valores. Então, por que diminuir as crenças dos negros e índios?”