Enedina
Alves
Marques

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Fotos: reprodução
Filha do lavrador Paulo Marques
e da lavadeira Virgília Alves
Marques, Enedina nasceu em 13
de janeiro de 1913, em Curitiba
(PR), e tornou-se a primeira
engenheira negra do Brasil em 1945
Na década de 1920, dona Virgília
foi trabalhar para a família
do delegado e major Domingos
Nascimento Sobrinho. Ele tinha
uma filha de mesma idade e pagou
a educação de Enedina em colégios
particulares para que ela
fizesse companhia à menina
Depois de se formar na escola,
em 1931, ela passou a trabalhar
como professora em cidades
do interior do Paraná, como
Rio Negro, São Mateus do Sul,
Cerro Azul e Campo Largo
Quando voltou a Curitiba,
foi morar com a família de
um construtor. Durante este
período deu aulas no próprio
bairro e, mesmo sem ser
formalmente empregada da
casa, pagava a ajuda com
serviços domésticos
Em 1940, ingressou na Faculdade
de Engenharia da Universidade
do Paraná e, cinco anos depois,
em 1945, tornou-se a primeira
engenheira negra do Brasil
Enedina trabalhou como auxiliar
de engenharia na Secretaria
de Estado de Viação e Obras
Públicas e também foi chefe
de hidráulica, chefe da divisão
de estatísticas e do serviço de
engenharia do Paraná, na Secretaria
de Educação e Cultura do Estado
Ao longo da carreira, trabalhou
no Plano Hidrelétrico do estado
e atuou no aproveitamento das
águas dos rios Capivari,
Cachoeira e Iguaçu. Para muitos,
a Usina Capivari-Cachoeira foi
seu maior feito como engenheira
Apesar de vaidosa, Enedina
usava macacão nas obras da usina
e levava uma arma na cintura,
disparando tiros para o alto
para se fazer respeitar entre
os homens da construção
Em 1962, aposentou-se e recebeu
o reconhecimento do governador
Ney Braga, que por decreto,
enalteceu seus feitos e lhe
garantiu remuneração equivalente
ao salário de um juiz
Enedina morreu em agosto
de 1981, aos 68 anos, vítima
de um infarto. O jornal Diário
Popular, tabloide da época,
a retratou como se não fosse
uma pessoa de importância, o que
causou a indignação de membros do
Instituto de Engenharia do Paraná
Enedina nunca se casou e não
teve filhos, mas foi uma inspiração
para sua família. A sobrinha Lizete
Marques disse que a tia Enedina
serviu de exemplo — ela se formou
em Educação Física em 1967
A história de Enedina
transformou-se no livro infantil
“Enedina Marques, mulher negra
pioneira na engenharia brasileira”,
escrito pela professora pós-doutora
em estudos interdisciplinares sobre
mulheres, gênero e feminismos,
Lindamir Salete Casagrande
Em 13 de janeiro de 2023,
quando completaria 110 anos,
a engenheira foi homenageada
no Doodle Google. A ilustração
exibida na página inicial do
buscador mostrou Enedina em
frente a uma hidrelétrica,
uma de suas grandes obras
Enedina Alves Marques
1913 – 1981

é outra
conversa.