POR: CAROL ITO

Clara
Camarão

mulher foda

apresentar uma

deixa eu te

ilustrações: mariane ayrosa
Clara Camarão (cujo nome
original indígena é desconhecido)
nasceu no Rio Grande do Norte
e entrou para a história
ao participar de batalhas
militares em Pernambuco
Sua primeira missão foi
liderar uma tropa de mulheres
que escoltava famílias em
busca de refúgio contra as
invasões holandesas, na
década de 1630
Em meados do século 17, ela
teve um papel fundamental no
episódio conhecido como Batalha
de Tejucupapo, local da região
litorânea de Pernambuco
À frente de um grupo de
mulheres potiguaras, venceu
o exército holandês com
uma série de armadilhas
Os militares foram surpreendidos
pela tropa feminina munida
com flechas, tacapes (tipo
de arma feita de madeira),
lanças e tonéis com água
fervente e pimenta
As guerreiras habilidosas ficaram
conhecidas como “Heroínas do
Tejucupapo” e foram convocadas
posteriormente para a primeira
Batalha de Guararapes, em 1648
Depois de longos e violentos
confrontos no Nordeste
brasileiro, os holandeses se
renderam em 1654, no Recife
Por conta da invisibilidade
feminina e indígena, há poucos
registros oficiais sobre a
trajetória de Clara Camarão,
que recebeu esse nome depois de
ser batizada no cristianismo
Mas a história da potiguara
se mantém viva na tradição
de povos originários e, todos
os anos, suas batalhas são
encenadas por mulheres indígenas
A celebração ocorre no povoado
de Tejucupapo, localizado
no município de Goiana,
em Pernambuco, no último
domingo do mês de abril
O nome de Clara também
está gravado no livro dos
Heróis e Heroínas da Pátria,
que homenageia personagens
que tiveram papel fundamental
na construção do Brasil

é outra
conversa.