Clara Camarão (cujo nome original indígena é desconhecido) nasceu no Rio Grande do Norte e entrou para a história ao participar de batalhas militares em Pernambuco
Sua primeira missão foi liderar uma tropa de mulheres que escoltava famílias em busca de refúgio contra as invasões holandesas, na década de 1630
Em meados do século 17, ela teve um papel fundamental no episódio conhecido como Batalha de Tejucupapo, local da região litorânea de Pernambuco
À frente de um grupo de mulheres potiguaras, venceu o exército holandês com uma série de armadilhas
Os militares foram surpreendidos pela tropa feminina munida com flechas, tacapes (tipo de arma feita de madeira), lanças e tonéis com água fervente e pimenta
As guerreiras habilidosas ficaram conhecidas como “Heroínas do Tejucupapo” e foram convocadas posteriormente para a primeira Batalha de Guararapes, em 1648
Depois de longos e violentos confrontos no Nordeste brasileiro, os holandeses se renderam em 1654, no Recife
Por conta da invisibilidade feminina e indígena, há poucos registros oficiais sobre a trajetória de Clara Camarão, que recebeu esse nome depois de ser batizada no cristianismo
Mas a história da potiguara se mantém viva na tradição de povos originários e, todos os anos, suas batalhas são encenadas por mulheres indígenas
A celebração ocorre no povoado de Tejucupapo, localizado no município de Goiana, em Pernambuco, no último domingo do mês de abril
O nome de Clara também está gravado no livro dos Heróis e Heroínas da Pátria, que homenageia personagens que tiveram papel fundamental na construção do Brasil