A imagem de Anastácia se popularizou através da pintura do francês Jacques Etienne Arago, de 1817, que mostra seu rosto envolvido por uma mordaça de ferro, a Máscara de Flandres
Acredita-se que sua mãe saiu do Congo em um navio negreiro, no século 17, sendo arrematada como escrava assim que chegou ao Brasil. Anastácia já nasceu escravizada, e sua força em resistir aos abusos sexuais dos homens brancos a condenou a uma vida amordaçada
Séculos depois, a Máscara de Flandres foi substituída por uma boca levemente sorridente na obra “Monumento à voz de Anastácia” ou “Anastácia Livre” (2019), do artista visual Yhuri Cruz
“Para uma máscara de Flandres tão real e etnográfica, era preciso uma boca tão, ou mais, real quanto a máscara. Ou seja, na batalha de ficções, a mítica branca se esfacelou. Nunca mais não haverá a boca insubmissa" explica Yhuri Cruz
fonte: projetoafro.com
Em 2022, foi com a imagem dessa obra estampada no peito que a cantora e atriz Linn da Quebrada fez sua entrada oficial na casa do BBB, levando um novo significado da imagem de Anastácia e apresentando ao Brasil mais uma mulher negra invisibilizada da nossa história
foto: reprodução
Reconhecida como santa e heroína em várias partes do país, ela ganhou uma oração em sua homenagem. A partir de sua nova imagem de devoção, o artista Yhuri Cruz adaptou a versão original para criar a “Oração a Anastácia Livre”
No seu nascimento, 12 de maio, celebra-se o Dia Consagrado à Escrava Anastácia, data de resistência, luta e fé para o povo negro