Quando uma relação que não
ganhou rótulo ou se transformou
no que esperávamos chega ao fim,
é difícil aceitar que esse tipo
de arranjo possa causar tanta dor.
A gente não precisa se sentir
errada por isso, e a psicóloga
espanhola Montse Cazcarra
explica por quê!

POR QUE UM
‘QUASE ALGO’
DÓI TANTO?

Montse Cazcarra, psicóloga
“Porque, mesmo
sabendo racionalmente
que vocês não tinham nada,
é impossível fazer essa distinção
do ponto de vista emocional”
“Porque você não conseguia
evitar pensamentos sobre
um futuro compartilhado”
“Porque você nem chegou
a conhecer realmente essa
pessoa e, na ausência
de informações,
você idealizou”
“Porque o investimento
de tempo e energia emocional
que você fez foi o mesmo
que se faz na construção
de vínculos”
“Porque, como a relação
não se concretizou, vocês
se mantiveram na fase da paixão,
com toda a intensidade
emocional que isso implica”
“Porque essa incerteza
de pensar que vocês tinham
futuro num dia e, no outro,
achar que não tinham,
é altamente viciante”
“Porque a incerteza permanente
te deixou com a sensação
de que, na verdade, vocês
tiveram alguma coisa.
E isso dificulta a aceitação
de que, no fim das contas,
não terão mais nada”
“Porque esse 'quase algo'
despertou medos e inseguranças,
reabrindo velhas feridas”
“Porque chamar de 'quase algo'
invalida o que você sente
– e a validação e a aceitação
são fundamentais para processar
o luto e seguir em frente”

é outra
conversa.