Será mesmo que é tudo culpa dos signos? Conheça o fenômeno capaz de transformar a espiritualidade em lifestyle
O que é Narcisismo espiritual?
Arte: Quentin Deronzier/Divulgação
Com certeza você tem um amigo (ou é o amigo) que medita, faz ioga e abre o mapa astral no rolê para justificar alguma coisa. Um planeta em exílio, espíritos obsessores, chakras desalinhados, vai saber?
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Até aí ok. O problema só começa quando o que transcende à realidade se transforma em escapismo diante de problemas políticos, econômicos e sociais
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O fenômeno está relacionado ao narcisismo espiritual, identificado pela psicóloga holandesa Roos Vonk, coautora do artigo "Uma exploração da superioridade espiritual: o paradoxo do autoconhecimento"
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O estudo foi elaborado a partir das ideias do budista Chögyam Trungpa sobre como o ego pode sabotar o processo de autoconhecimento
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De acordo com os resultados, os jovens com vivências holísticas tiveram pontuações maiores de "superioridade espiritual". Mas o que isso significa?
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Nesses casos, ao invés da espiritualidade ser um caminho para fora das armadilhas do ego e um compromisso com o coletivo, ela passa a fazer o trajeto inverso – em direção ao próprio umbigo
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“O narcisismo espiritual pode minar qualquer treinamento espiritual ou religião. Não é causado pela filosofia em si, mas pelo que fazem dela”, escreveu Vonk em artigo para a Psychology Today
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O psicólogo Bruno Farias, que acompanha o boom das terapias holísticas e das práticas de autoconhecimento, explica que o narcisismo espiritual está ligado a um atributo comum a todos nós: a vaidade humana
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“É o desejo de nos enxergarmos como pessoas especiais. Alguns buscam alimentar suas vaidades através dos aspectos físicos, socioeconômicos ou intelectuais e outros através das práticas espirituais”
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A PhD em física Gabriela Bailas percebeu que alguns conhecimentos da física estavam sendo distorcidos para justificar terapias alternativas
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Em suas pesquisas, ela identificou um mercado de medicina alternativa cujo lucro anual soma 34 bilhões de dólares
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No Brasil, mulheres com menos de 40 anos e alto nível educacional são as maiores consumidoras
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“O movimento vende uma imagem bonita de que você é sua própria cura, mas o que as pessoas não percebem é que elas trocam um Deus cristão por um guru good vibes”, explica
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Caroline Apple, instrutora de meditação e idealizadora do Namastreta, se define, de maneira irônica, como “uma jovem mística com consciência de classe”
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“Jovem místico é a caricatura Da pessoa que usa da espiritualidade como refúgio e não como ferramenta”, diz
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Ela acredita que muitas pessoas acabam transformando a espiritualidade em um lifestyle, o que pode alimentar interesses mercadológicos através de um discurso de positividade tóxica
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Mas, afinal de contas, é possível desenvolver a própria espiritualidade sem cair nessas armadilhas?
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Para Caroline, é importante que o coletivo seja levado em conta: “É uma simbiose, não dá pra fazer bem só para si”