POR: carol ito
ilustração: mariane ayrosa

Cozinhar, limpar, cuidar
de crianças, idosos… Essas
atividades, atribuídas
principalmente às mulheres,
garantem o funcionamento
da sociedade, mas ainda são
desvalorizadas e invisibilizadas

O que é
economia
do cuidado?

Fonte: Organização Internacional do Trabalho (OIT)
Você sabia que…
do trabalho de cuidado
não remunerado é realizado
por mulheres?
Imagine se todo o tempo
dedicado a tarefas como
cozinhar, limpar e cuidar de
crianças fosse contabilizado
em horas assalariadas
Fonte: Oxfam
Já fizeram essa conta!
Convertidas em números, essas
jornadas valem quase US$ 11
trilhões por ano, ou seja,
cerca de 9% do PIB global
“Quando se estuda economia,
se fala em produção,
dinheiro, mercado, mas
todo o sistema econômico
passa pelo cuidado”, diz
Regina Vieira, professora
de direito da Universidade
Federal de Pernambuco e
dona do podcast ‘Cuidar,
verbo coletivo’
“A economia clássica
não estuda essas relações,
o que invisibiliza e faz
parecer que o trabalho
de cuidado pertence só
às mulheres, não à toda
a sociedade”
O debate sobre a economia do
cuidado ganhou forma a partir
de estudos de intelectuais
feministas na década de 1970.
Entre elas, a italiana
Silvia Federici e a chilena
Cristina Carrasco
Na primeira década dos anos
2000, a ONU passou a incluir
o termo “economia do cuidado”
na agenda política, o que
ajudou a ampliar a discussão 
Segundo Regina, a pandemia
escancarou ainda mais as
desigualdades, já que o
cuidado voltou a se concentrar
dentro da dinâmica familiar
“Muitas mulheres saíram
do mercado de trabalho,
pesquisadoras diminuíram
sua produção acadêmica.
Diante da pressão econômica,
o homem ainda tem mais
chances no mercado”
“Claro que a redistribuição
do trabalho do cuidado
dentro das casas é
importante, mas precisamos
buscar soluções coletivas
e políticas públicas, que as
mulheres tenham escolha”

é outra
conversa.