Com a série Mundo Invertido, atriz escancara situações sexistas do dia a dia
O “machismo invertido” de Claudia Campolina
foto: caio oviedo / divulgação
Sem poder estar nos palcos ou nos sets de filmagem durante a pandemia, a atriz Claudia Campolina decidiu fazer algo de diferente: concentrar seus esforços criativos nas redes sociais
No TikTok, ela resolveu usar o humor para mostrar o quanto algumas situações envolvendo machismo, apesar de absurdas, seguem acontecendo
“Me incomodava muito perceber o quanto as pessoas estavam usando a palavra ‘feminismo’ como se fosse uma coisa ruim”, diz ela
“Além dos ‘machos alfa’ antifeministas, via homens que se vendem como coaches de relacionamentos dizendo coisas surreais sobre o que é o papel da mulher numa relação”
A partir desse incômodo, Claudia criou a série de vídeos Mundo Invertido, em que uma personagem imita comportamentos machistas naturalizados entre homens
Com o vídeo “Se o feminismo fosse igual ao machismo”, a atriz alcançou mais de um milhão de visualizações no TikTok em poucos dias
Para criar os roteiros, Claudia relembra frases machistas que já ouviu ao longo da vida e faz releituras de situações que (infelizmente) insistem em aparecer no noticiário e no dia a dia de toda mulher
“Li uma notícia sobre uma escola que estava impedindo as meninas de entrarem com certas roupas porque isso poderia ‘atiçar’ os meninos”, conta
“Então, fiz um vídeo como se fosse uma diretora de escola proibindo os meninos de usarem calça larga mostrando a cueca, de tirarem a camiseta durante a aula de educação física”
A naturalidade com que a atriz inverte as situações machistas rendem ataques de ódio na internet, mas Claudia avalia que a repercussão, em geral, é positiva
“Tem gente que acha que eu tô endossando o machismo, como se o feminismo fosse o machismo ao contrário. Vamos voltar pra escola e aprender o que é ironia, né?”, diz
A mineira também é autora das séries de vídeos de humor “Adolescentes dos anos 90“ e “A exausta“, que são postadas no TikTok e no Instagram
“O humor é uma forma de fazer crítica social, escancarar a normalização de certos comportamentos, ao mesmo tempo em que lava a alma da gente”, conclui