POR: CAROL ITO
foto: divulgação

Cantor capixaba traz
representatividade
para o pop brasileiro
e conta suas vivências
como homem trans

Nick Cruz:
aposta pop

A relação de Nick Cruz
com a música começou
durante a infância em Serra,
município do interior
do Espírito Santo
Seu passatempo preferido
era cantar em karaokês
na companhia de sua mãe
e acompanhar o irmão
que tocava violão
Aos 15 anos, saiu de casa
para tentar viver da sua
música, enquanto fazia
outros trabalhos como
ajudante de obras,
eletricista e pintor
Também foi nessa época
que Nick começou a transição
de gênero, depois de se
relacionar com um homem trans
“Comecei a abrir meus olhos
para isso. Como o sistema
de saúde é precário em
relação às pessoas trans,
não conseguimos esse tipo
de informação fácil”, conta
No single “Sol no Peito”,
que atingiu mais de 1 milhão
de visualizações em duas
semanas, ele narra algumas
de suas vivências 
São momentos marcantes
do processo de transição
de gênero e situações
de transfobia enfrentadas
no cotidiano
“Parece que a sociedade
não quer a gente cantando,
dando aula, dentro de um
hospital atendendo alguém,
por conta do preconceito”
“Muitas mães me mandaram
mensagens falando que
conseguiram entender melhor
o filho trans e que também
têm medo de eles sofrerem
violência na rua”
A capa do single traz um
retrato de Nick na infância:
“Tenho muito orgulho da
criança e do adolescente
que fui, não tenho vergonha
nenhuma de mostrar isso”, diz
Em 2021, o cantor também
lançou a faixa “Cato Cato”,
que conta com a participação
da cantora trans Urias
e celebra a dança,
a liberdade e a diversidade
“Eu nunca tinha visto
um feat de um homem trans
com uma mulher trans fazendo
música boa”, comemora 

é outra
conversa.