A empatia entre mulheres negras renasce através da relação com seus cabelos
muito mais que um black power
Todas as mulheres negras têm histórias sobre o cabelo – essa moldura do rosto que revela quem são e, o mais importante, quem querem ser
Imagens: Trip Tv
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O cabelo é a porta de entrada para o resgate de uma identidade que foi sequestrada pelo bullying da infância, por cada “cabelo ruim” que ouviram
Era comum, em um passado nada distante, mulheres negras se reunirem num domingo à noite em torno do fogão para alisar os cabelos com o pente de ferro
Foto: Janine Moraes/ Creative Commons
Esses eram momentos de encontro, mas também de dor compartilhada. O que mais parecia um instrumento de tortura literalmente marcou a fogo a vida de muitas
Foto: Jessica Felicio/ Unsplash
Voltar ao natural é um processo dolorido de retorno às raízes africanas, mas cria um vínculo pautado no pertencimento à comunidade negra. Amar seu cabelo natural é enegrecer, tornar-se negra de fato
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Em uma sociedade racista, como é o caso da brasileira, uma cabeleira black power é um ato político. Travar essa batalha em comum cria em mulheres negras um sentimento de empatia
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Foto: Alex Batista/ Trip
A influencer Nátaly Neri conta que começou a criar sua consciência política por meio do cabelo
“Na adolescência, fiz um curso sobre tranças e aprendi mais sobre mim, sobre meus ancestrais, me identifiquei com aquelas narrativas e parei de alisar o cabelo definitivamente”, diz
Foto: Luiz Maximiano/ Trip
“A colaboração feminina é fundamental para superarmos os padrões racistas e sexistas que são impostoS sobre nós”
Foto: arquivo pessoal/ divulgação
“Mulheres negras aprenderam a amar seus cabelos crespos ao observar outras mulheres negras amando e as incentivando a amar seus crespos”
Foto: arquivo pessoal/ divulgação
Para Gabi Oliveira, youtuber do canal DePretas, o assunto se transformou em uma forma de chamar atenção de outras mulheres para pautas importantes da negritude
Foto: arquivo pessoal/ divulgação
“É o ‘assunto isca’ do meu canal. Mulheres que às vezes estão procurando apenas sobre procedimentos com o cabelo abrem os olhos para outras questões”, explica
Foto: Wallace Costa/ Trip
“Se hoje assuntos como colorismo, representatividade, racismo etc. têm mais alcance, isso se dá muito pelo fato de várias mulheres terem iniciado o processo de pensar a sua própria estética”
Foto: arquivo pessoal/ divulgação
Foto: Tomás Arthuzzi/ divulgação
Com o objetivo de criar mais espaço para a união de potências femininas negras, Neomisia Silvestre criou a Marcha do Orgulho Crespo
“Como é gostoso encontrar outra preta de cabelo natural na rua. Rola uma empatia imediata. Um sorriso tímido. Os cabelos geram uma conexão entre uma negra e outra. É lindo”, diz
Imagens: Trip Tv
“Mas, para mim, o mais importante é para onde a mulher leva essa discussão, o que vem depois da transição. Não é só cabelo, é perceber que esse cabelo é parte de um corpo negro resistente”