POR: CAROL ITO

Margot
Rittscher

mulher foda

apresentar uma

deixa eu te

Fotos: arquivo pessoal
Em cima de sua “tábua havaiana”,
ela se tornou a primeira mulher a
surfar no Brasil na década de 1930
Se hoje o surf feminino ainda
encontra diversos obstáculos para
se consolidar, no início do século
20 os desafios eram ainda maiores
O preconceito não impediu
a estadunidense naturalizada
brasileira Margot Rittscher
a “andar sobre as águas”,
como se dizia na época
Nascida em Nova York, na década
de 1910, ela se mudou com
a família para Santos, no
litoral paulista, aos 15 anos
Foi lá, ao lado de Thomas,
seu único irmão, que descobriu
a mágica do surf. Sua primeira
prancha, chamada de “tábua
havaiana”, era de madeira
e foi confeccionada por Thomas
“Formidável” era o adjetivo usado
por Margot Rittscher para definir
a liberdade que sentia ao surfar
“Minha tia se emocionava
demais quando era reconhecida pelo
pioneirismo no surf”,
conta Monica Rittscher,
filha de Thomas
Margot praticou o esporte
regularmente até os anos 60:
era uma forma de escapar da
puxada rotina como executiva
de uma companhia de navegação
A surfista nunca saiu de
perto do mar, sua maior
paixão: assim que acordava,
contemplava-o da janela do seu
apartamento, no Canal 5 de Santos
Fez isso até a última manhã de vida,
no dia 26 de julho de 2012, quando
faleceu em casa, aos 96 anos, em
virtude de um infarto fulminante
“Ela pediu que jogássemos
suas cinzas no mar, em frente
à janela do apartamento”,
conta a sobrinha Monica
O derradeiro encontro da “alma
entranhada pelo surf” de Margot
com o mar ocorreria no dia 1º de
setembro daquele ano, em cerimônia
para familiares e amigos
Margot Rittscher
1916 – 2012

é outra
conversa.