Não importa quanto tempo passe, ela sempre será uma mulher do seu tempo. Há 20 anos, revelamos a Malu por trás da estrela — e essa entrevista icônica parece mais atual do que nunca
Entrevista por Andréa Barros
(baú)
Malu Mader
foto: Murillo Meirelles / editora Trip
Filha temporona de um oficial do Exército e uma assistente social, discreta nas aparições públicas, Malu é a cara da “certinha”. Mas nunca foi: “Minha casa tinha uma efervescência de casa de artista. É todo mundo mais doido do que parece, com o espírito mais aberto”
foto: arquivo pessoal
“Nunca tive turma, paquera, estava sempre trabalhando – pulei um pouco essa etapa. Em "Anos Dourados" tinha um elenco jovem numeroso. A gente ficava jogando mímica nos intervalos da gravação. Eu já tinha 18 anos, mas estava a adolescente alegre, sabe?“
foto: arquivo pessoal
“A minissérie foi a primeira vez que senti o poder de ser atrIZ, de dividir uma emoção com as pessoas. Encontrava senhoras de 50, 60 anos e elas me olhavam com cumplicidade. Eu estava passando o que elas passaram na ditadura”
foto: Murillo Meirelles / editora Trip
“Das personagens que fiz, talvez esta seja a que tem um interior mais parecido com o meu. Eu era romântica, sonhava encontrar alguém com quem pudesse ter um elo forte, uma cumplicidade, como meu pai e minha mãe“
foto: Murillo Meirelles / editora Trip
“O meu romantismo não tem a ver com moralismo, entendeu? Não me sinto uma pessoa preconceituosa e pretendo me despir cada vez mais de qualquer tipo de preconceito”, contou Malu, casada com Tony Bellotto desde o início dos anos 90
foto: arquivo pessoal
“Você pode ser um devasso e encontrar tua cara metade, que é devassa também – e ter uma relação aberta. Ou ser sádico e encontrar a tua masoquinha, a pessoa que quer apanhar e em quem você quer bater. Ninguém sabe o que é realmente o amor, a paixão, a fidelidade”
foto: arquivo pessoal
“As drogas têm de ser legalizadas. Não porque ache que elas são boas ou porque isso vá diminuir o número de viciados, esse não é o xis da questão. O pior é a chance que é dada ao tráfico, à violência e à corrupção policial que se alimenta da ilegalidade das drogas”
foto: jorge bispo / editora Trip
Aos 25 anos, Malu descobriu um tumor atrás do fígado e passou por uma cirurgia de risco. "Quando você tem fé, isso dá algum alento. Como eu não tinha, ficou aquela sensação de que tudo acabou. Comecei a chamar quem eu gostava lá para casa. Virou uma festa interminável”
foto: Murillo Meirelles / editora Trip
Já recuperada, engravidou do segundo filho sem planejar – o que não foi bem recebido pela direção da série “A Justiceira”, na Globo. “Eu tinha enjoo, azia, fome, sono e tudo isso filmando. Fui até o meu limite o tempo todo. Tem coisas que não ligo que façam comigo, mas não gosto que façam com meu filho”
foto: arquivo pessoal
Sobre fama, Malu é cética: “Sempre fui muito pé no chão. Não tem uma coisa de parar e virar uma celebridade de fato. São essas coisas que te igualam: ir para o hospital, ter filho, as perdas. São coisas que te lembram que você é igual a todo mundo e não tem como ficar se sentindo especial”