Luana Génot
Ela queria ser loira na
infância, mas fundou o
Instituto Identidades do
Brasil e se tornou um dos
grandes nomes no combate à
desigualdade racial no país
Por: Denise Meira do Amaral
Foto: Mario Epanya/ divulgação
Nascida em um lar de mulheres,
Luana Génot aprendeu desde
cedo a não baixar a cabeça.
Carioca da zona norte,
ela dedica seus dias
à promoção da igualdade
racial, especialmente
no mercado de trabalho
Foto: arquivo pessoal/ divulgação
“Cresci na Penha e estudava
em Nova Iguaçu, me acostumei
desde sempre a me deslocar.
Nunca tive lugar de conforto.
Isso me ajudou a ser quem
sou. Carrego muita influência
da minha avó e da minha mãe”
Foto: Hei Nascimento/ divulgação
Mestra em Relações
Étnico-Raciais pelo CEFET-RJ
e autora do livro “Sim à
Igualdade Racial”, Luana
escreve e desenha desde
a adolescência
Foto: arquivo pessoal/ divulgação
Mexendo em seus trabalhos
escolares, ela achou um
autorretrato em que aparecia
loira de olhos verdes,
aos nove anos
Foto: Ary Kaye/ divulgação
“Queria me parecer com
a paquita para ser aceita.
Elas fizeram parte de um
imaginário. E totalmente
divergente em um país
de maioria negra, o
que gera uma série de
auto violências, como
alisar o cabelo”
Foto: Diálogos da Esperança/ Globo/
reprodução
“Eu até tive uma boneca
preta, mas as bonecas eram
brancas ou super pretas,
não existiam diferentes
nuances de tons. Isso
era um reflexo da falta
de representatividade.
A boneca branca não
era super branca”
Foto: Ary Kaye/ divulgação
Das lembranças de sua época
de modelo, Luana relembra que
o elogio mais frequente era:
“Nossa, que exótica!”. Ela
também já ouviu de um booker:
“Você é muito bonita, mas
tem um problema: é negra”
Foto: arquivo pessoal/ divulgação
Folheando revistas de moda
na época, ela se deu conta
de que raras eram as modelos
negras. “Eu só era chamada
para trabalho com temas
relacionado à África.
Não tinha acesso para
casting de cabelos”
Foto: arquivo pessoal/ divulgação
Luana se formou em publicidade
pela PUC-Rio e foi bolsista
sanduíche do Ciências
Sem Fronteiras/CAPES na
University of Wisconsin,
onde se especializou em
pesquisa na área de raça,
etnia e mídia
Foto: arquivo pessoal/ divulgação
Na mesma época, foi
voluntária de marketing na
campanha de Barack Obama
Na foto, o encontro com Obama
no VTex Day em 2019
Foto: arquivo pessoal/ divulgação
2014
Depois de participar da
Conferência Mundial da
Juventude da ONU, no Sri
Lanka, voltou inspirada
para criar um modelo de
negócio que estimulasse
a diversidade étnico-racial
no mundo corporativo
Foto: Ary Kaye/ divulgação
2016
O Instituto Identidades do
Brasil (ID_BR) é oficialmente
criado e se torna um dos
principais fomentadores
do Brasil na promoção da
igualdade racial no mundo
corporativo
Foto: Ary Kaye/ divulgação
“É preciso estabelecer
metas e criar investimentos.
Por exemplo, em até dois
anos quero ter 30% de
negros na liderança.
Porque não adianta ter
negros somente na base”,
diz Luana
Foto: Globo/ reprodução
“A empresa que se preocupa
com a diversidade até
consegue ir bem na pauta
de inclusão de mulheres
brancas cis, mas não
de negros e indígenas.
Sim, avançamos, mas
outros segmentos
continuam largados”
Foto: Globo/ reprodução
Dos racismos cotidianos que
ainda enfrenta, Luana ouve
frases como “Nossa, você
é negra e fala inglês?”
ou “Vai cantar onde?”, dos
motoristas que acham que
uma mulher negra de terninho
só pode ser artista
Foto: Mães Pela Igualdade/ divulgação
Outro marcador do racismo,
segundo ela, é a sexualização
dos corpos negros. “Isso
vem desde a escravidão,
quando eles podiam fazer
o que quisessem com as
‘suas negas’”, diz
Foto: Mario Epanya/ divulgação
“Por isso tantas
empregadas domésticas,
em sua maioria pretas
ou pardas, são
assediadas até hoje”
Foto: Fernando Moraes/ divulgação
Mãe de Alice, fruto do
casamento com o jornalista
francês Louis Génot, Luana
espera um mundo mais justo
para a próxima geração
Foto: arquivo pessoal/ divulgação
“Queria deixar pra Alice
um país das maravilhas,
mas somos ainda um país
em construção”, diz
Foto: arquivo pessoal/ divulgação
“Espero que quando ela
crescer as oportunidades
sejam mais distribuídas
para pessoas como ela.
E que ela possa ver
outras mulheres negras
em cargos executivos ou
no poder público. Ou
ela mesmo, se desejar”
Foto: arquivo pessoal/ divulgação