Revolucionando
o clássico

A carioca Ingrid Silva
saiu da comunidade de
Benfica para se tornar
a primeira bailarina
de uma renomada companhia
de balé em Nova York

Ela tinha 8 anos quando
deu seus primeiros passos
de balé, antes mesmo de ter
assistido a um espetáculo
de dança 

Criada em Benfica, na zona norte
do Rio de Janeiro, Ingrid conheceu
o balé clássico através do projeto
social Dançando para Não Dançar

"Eles vão até as
comunidades no Rio,
veem as crianças de
famílias simples que
têm talento e dão a
oportunidade, que acho
que é o que falta muito"

Durante muito tempo,
ela foi a única bailarina
negra nos palcos em que
dançava pelo país

"Você procura companhias
clássicas aqui e não tem
uma bailarina negra.
Por mais que o Brasil
seja um país com uma
diversidade muito grande,
eu era a única na sala"

"Porque as pessoas
não têm uma referência.
Elas não veem pessoas
como eu no palco,
então isso também
é um ato revolucionário"

2008

Convidada pela Dance
Theatre of Harlem,
Ingrid foi para Nova York
e ganhou protagonismo na
companhia de balé, uma
das mais renomadas do mundo

"Não foi fácil
sair daqui, não
foi fácil chegar lá.
Até hoje não é fácil.
Por mais que hoje em
dia eu seja a primeira-
bailarina da companhia,
eu tenho que provar
muitas outras coisas"

Com a fama que conquistou no
mundo da dança (e fora dele),
Ingrid quer usar sua voz para
quebrar barreiras e democratizar
o acesso à arte

"A arte, em comunidades
ou fora, acaba salvando
vidas. Então não são
bobeiras. São coisas
que podem revolucionar
o mundo e as pessoas não
estão conscientes disso"

ENTREVISTA: Nathália Cariatti

IMAGENS: Alexis Zelensky
         Nathália Cariatti

PRODUÇÃO: Ludmila Daher
          Nathália Cariatti

EDIÇÃO: Luciano Azevedo

cenas trip tv

é outra
conversa.

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