O ator fala dos desafios de reviver um personagem criado há mais de 50 anos na série Todas as Mulheres do Mundo, do Globoplay
Emilio Dantas e o machismo de Paulo
Por: Carol Ito Crédito: João Miguel Júnior/ Globo
Paulo é um arquiteto de Copacabana que, depois de trair e romper com a namorada, se relaciona com uma mulher diferente em cada um dos doze episódios de Todas as Mulheres do Mundo
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Na internet, as atitudes do personagem interpretado por Emilio Dantas dividem opiniões. Há quem o elogie como um cara romântico e intenso, mas há quem o compare a um típico “esquerdomacho”
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A expressão é usada para tipificar homens que dizem ter pensamentos progressistas, mas, apesar de parecerem bem intencionados, reproduzem o mesmo machismo que pode levar a relacionamentos abusivos
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“Eu acho que o Paulo realmente não tira proveito da situação sendo esquerdomacho, mas também não revê profundamente seus erros”, diz Emilio Dantas
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O ator, que colaborou no processo de adaptação do personagem aos tempos atuais – a série é inspirada num filme de Domingos Oliveira de 1966 –, defendeu que as falhas de Paulo não fossem apagadas
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“A gente levantou questões como: por que esse cara? Por que falar de mulheres diferentes se relacionando com esse cara? Por que não uma mulher se relacionando com outros caras?”
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“Tinha várias formas de pensar, mas é a obra do Domingos, como ela foi escrita”, diz. “Acho que é mais importante rever os conceitos masculinos do que simplesmente inverter os papéis”
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A série atual, escrita por Jorge Furtado e Janaína Fischer, contou com uma equipe composta em sua maioria por mulheres e, no elenco, estão nomes como Fernanda Torres, Lilia Cabral e Maria Ribeiro
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“A gente batia muito papo, todo mundo deu pitaco, foi um processo muito humano”, conta o ator. “A preocupação foi justamente a adaptação de valores, de comportamentos”
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“No roteiro, fica nítido que as mulheres da série são livres, né? Elas passam pela vida do Paulo e do Cabral, seu amigo, e cabe a eles se modificarem, reverem os erros, os conceitos sobre o masculino”
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As discussões em torno do comportamento do protagonista continuam pertinentes dentro das novas masculinidades, mas o objetivo da produção, segundo Emilio, não é trazer respostas
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“A série, assim como toda poesia, não é sobre responder, e sim, levantar mais perguntas”, diz. “Ela continua nas rodas de discussão, no imaginário das pessoas, enfim, nas transformações de cada um”