Dilma Campos criou a própria empresa para ser ouvida e compartilha sua trajetória com outras empreendedoras pretas pelo Brasil
“Ter voz é ter poder pra mudar estruturas”
Depois de trabalhar em grandes agências de comunicação, Dilma Campos se deu conta da influência do racismo estrutural em sua carreira
Foto: Mariana Neaime/ divulgação
“Eu era diretora de uma empresa há oito anos, mas sentia que não tinha voz, me interrompiam durante as reuniões. Não conseguia crescer”, conta ela
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“Fui empreender para ter voz e dizer que eu posso ser uma mulher preta e trabalhar com comunicação, sim”
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Em 2008, a paulistana fundou a própria agência de marketing, a Outra Praia, e passou a compartilhar sua trajetória com milhares de mulheres pelo Brasil
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Ela se uniu à Rede Mulher Empreendedora, focada em capacitação e troca de conhecimento entre mulheres que possuem ou buscam o próprio negócio
Foto: Divulgação/ MaturiJobs
“Tive contato com outras realidades de empreendedoras negras, que não conseguem sonhar em criar um negócio maior e empoderar outras pessoas da comunidade”
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“Descobri que tenho um papel social a desempenhar fazendo a minha empresa crescer e mostrando pra essas mulheres que elas também podem crescer”
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Para Dilma, a palavra “empreendedorismo” não está ligada apenas a grandes empresas, muito menos a relações precárias de trabalho
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“Empreender é criar um serviço ou produto que traz a condição de expansão, de crescimento”, explica
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“Usar essa palavra para entregadores de aplicativo de delivery, por exemplo, é mascarar uma condição de subemprego”
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Em 2020, Dilma foi finalista do Prêmio Jabuti como coautora do livro “Publicidade Antirracista: Reflexões, Caminhos e Desafios”
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Também faz parte do Conselheira 101, programa de incentivo à presença de mulheres negras em conselhos de empresas
“Luto para que elas ocupem cargos estratégicos, não operacionais. Ter voz é ter poder para tentar mudar as estruturas”