POR: CAROL ITO
foto: renato parada / divulgação

Autora do romance ‘Copo
Vazio’, a psicoterapeuta
Natalia Timerman fala
sobre o ghosting, prática
de sumir de uma relação
sem dar explicações

Desvendando
o ghosting

“Um sinônimo para o
termo ghosting é ‘dar
o perdido’. Você vai
embora e quem fica
perdida é a outra pessoa”,
diz Natalia Timerman
A escritora, psiquiatra
e psicoterapeuta investiga
a angústia causada pelo ato
de sumir de um relacionamento
em ‘Copo Vazio’, seu
romance de estreia
Imagem: reprodução
A paulistana também é autora
do livro de não-ficção
‘Desterros: histórias
de um hospital- prisão
e Rachaduras’, coletânea
de contos que foi finalista
do prêmio Jabuti
Foto: Renato Parada / divulgação
Em ‘Copo Vazio’, a
protagonista Mirela passa
por diversas situações
tentando superar o sumiço
de Pedro, o boy que conheceu
num app de relacionamentos
Foto: Renato Parada / divulgação
Natalia explica que o
ghosting não é algo novo,
mas foi potencializado
pela dinâmica das redes
sociais e aplicativos
de relacionamentos
Foto: Renato Parada / divulgação
“A internet multiplicou
as possibilidades de
relação e potencializou
esse comportamento, que
assume que as pessoas
por detrás dos perfis
são ‘descartáveis’”
“Conhecer pessoas pela
internet e não por
grupos em comum, em
que é preciso manter
uma imagem, faz com
que seja mais fácil sumir
sem deixar vestígios”
Afinal, por que sumir como
se nada tivesse acontecido
ao invés de comunicar com
clareza que não está mais
a fim de um relacionamento? 
Foto: Renato Parada / divulgação
“A pessoa ‘fantasma’
tende a postergar a
situação. Ela não quer
resolver agora, mas
também não quer encerrar
a história”
Foto: Renato Parada / divulgação
“Não acho que toda
relação precisa ter
um fim explícito, cada
caso é um caso. Mas,
em geral, a pessoa que
levou o ghosting fica
sem entender, se
sente culpada”
Ela também observa que
o distanciamento afetivo,
que fica evidente no
ghosting, é encarado como
uma forma de parecer parecer
no controle da situação
Foto: Renato Parada / divulgação
“O ghosting é uma
das performances de indiferença. Amar é
estar frágil, demonstrar
desejo, vulnerabilidade.
Quem não demonstra isso
aparenta estar mais
no controle”
Foto: Renato Parada / divulgação
“Mas isso é uma falácia.
Amar é uma grande potência
da vida e, além disso,
ninguém é completo,
invulnerável, que não
precisa de mais ninguém”
Nomear e discutir sobre
esse comportamento tão
recorrente é uma forma de
entendê-lo e desconstruí-lo
Foto: Renato Parada / divulgação
“A gente está olhando
mais para isso e podendo
falar como mulheres.
Temos voz para destrinchar
sentimento causados por
certos comportamentos”

é outra
conversa.