Helen Fernandes,
a Malfeitona, fala
sobre tatuagem,
Instagram e origens

Darkzera
da Bahia

Por: Nathalia Zaccaro
Imagens: Helen Fernandes/ @malfeitona

“Basicamente fui obrigada
pelas pessoas a trabalhar
com tatuagem”, conta

Nascida em Salvador,
Helen Fernandes se formou
em engenharia, mas sempre
teve sua própria estética
para desenhar

“Fazia tatuagens apenas entre
amigos. Mas os amigos desses
amigos também quiseram, foi
crescendo, crescendo, me
absorvendo e, quando dei por
mim, eu estava tatuando
profissionalmente”

Em seus desenhos, ela não
respeita o que é definido
pela maioria como bonito ou
harmônico e cria seu próprio
estilo, o estilo malfeitona

“Eu mesma coloquei esse nome.
O aumentativo feminino ‘ona’
não existe na norma culta
do português, mas eu amo e
é bem popular em Salvador”

“Uma coisa que nunca me
faltou foi público. Quando
abro agenda, ela lota que não
consigo dar conta. Tem muita
gente esperando ainda”

Além do trampo com tatuagem,
Malfeitona tem conquistado
cada vez mais seguidores no
Instagram, onde fala de todo
tipo de assunto sempre com
sua perspectiva autêntica

“Eu sou darkzera, mas não
sou da Suécia, sou da Bahia.
O look gótico tem que ser
adaptado pro tropical dark.
Tô toda de preto, mas o
shortinho é popa da bunda.
E Havaianas preta is the
new coturno”

O sucesso no Instagram
se transformou também
em objeto de estudo

“Como bolsista CNPq no
mestrado em comunicação e
sociologia na UFBA, estou estudando como o uso do
Instagram molda as práticas
profissionais da tatuagem”

“Tem um lado ruim porque é uma
plataforma da qual dependemos
e ficar dependente de uma coisa
tão geniosa e insegura quanto
algoritmo de software não
é muito bom pra ansiedade”

“Mas é também um grande
palco. Amo poder falar
sobre as coisas que eu penso,
levar conhecimento, humor.
Amo os biscoitos recebidos”

é outra
conversa.

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