fotos: layla motta Culpa por trabalhar e não ter
tempo para o filho, culpa por não
trabalhar. Culpa por não dar conta
de tudo, por recorrer à rede de
apoio, por mergulhar profundamente
na maternidade, por desejar
não ser mãe por um instante.
Na Casa Tpm, mulheres poderosas
falam sobre esse sentimento
que persegue todas as mães
Culpa(da)
é a mãe
“A gente sente culpa na
solidão. Parece que a gente
não pode falar: 'Hoje eu tive
vontade de tacar meu filho
na parede'. Nossa, que
péssima mãe, como ela
sentiu essa vontade?“
Giselle Itié, atriz
“Quem inventou a frase
‘nasce uma mãe, nasce uma
culpa’ com certeza foi um
homem. É interessante manter
o corpo de uma mulher
culpado e controlado, sem
saber o que é o gozo, para que
ela não busque o seu
protagonismo e a gente não
avance como sociedade”
Egnalda Côrtes, empresária
“Quando nasce uma mãe
nasce uma culpada. A
sociedade tá aí prontinha
para olhar todos os seus
defeitos com lente de
aumento e te lembrar o
quanto você ainda não é boa“
Elisama Santos, escritora,
apresentadora e palestrante
“Eu queria ser uma supermãe,
dar conta de tudo. A gente se
culpa muito e quem trabalha
com a internet sabe como é
difícil, porque todo mundo
quer dar opinião. Precisei
ouvir e trocar experiências
com outras mães para
começar a tirar um pouco
dessa sobrecarga”
Lore Improta, dançarina
e apresentadora
“A gente se culpa se trabalha
E não está ficando o suficiente
com o filho, se fica com o filho
E não trabalha... É uma conta
que não fecha e é feita para
não fechar. O propósito dessa
culpa é nos deixar longe da
nossa potência. Porque aí
a gente fica domesticada,
no lugar ao qual nós
fomos designadas”
Dani Arrais, jornalista
“Trabalhei a vida inteira
e sempre foi uma culpa
desgraçada. Eu tinha
vergonha de fazer pergunta
no grupo de mães da escola
porque não sabia tudo o que
estava acontecendo.
Foi difícil assumir que
eu também sou mãe,
colaborando da minha forma”
Flávia Camanho, especialista
em desenvolvimento humano
“É claro que a criança sente
falta da mãe que trabalha
e estuda, mas ao mesmo
tempo viramos um exemplo.
Eu e minha filha temos uma
relação muito próxima e isso
não é uma questão para ela.
Ela me ensinou e me libertou
de culpas que eu carregava
sem nenhuma necessidade”
Djamila Ribeiro, filósofa
e escritora