A bailarina norte-americana superou os preconceitos e criou um espaço de acolhimento e desenvolvimento para dançarinos negros e LGBTQIA+ nos Estados Unidos
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Cortney Taylor Key cansou de ser a única
A norte-americana Cortney começou a dançar aos três anos — e não parou mais. Foi o incômodo de ser a única criança negra em uma turma de balé que a fez buscar mais referências no meio da dança
Na adolescência ela teve contato pela primeira vez com um grupo formado por bailarinos negros, na cidade de Charlotte, na Carolina do Norte, onde pôde desenvolver suas habilidades e encontrar forças para superar o racismo
“Tive o privilégio de crescer em um grupo de dança completamente negro. Foi nesse grupo que passei a maior parte da minha| adolescência e aprendi a me sentir confortável na minha pele”, diz
Aos 15 anos, porém, a bailarina se entendeu como lésbica. Segundo ela, a descoberta fez com que ela se sentisse, pela primeira vez, desconectada do restante do grupo de dança. Cortney, então, resolveu manter sua sexualidade em segredo
Depois de muita hesitação, ela resolveu compartilhar seu segredo com uma colega que também estava em um processo de autoafirmação, mas não recebeu o acolhimento que esperava
“Fui desamparada pelas mesmas pessoas que eu considerava a minha família. Não tive um espaço seguro como muitos outros membros negros da comunidade LGBTQIA+”
Aos 31 anos, ela atua como instrutora de dança e mantém o Negus Ballerina Project, iniciativa que apoia jovens bailarinos negros e LGBTQIA+ nos Estados Unidos
Em entrevista ao site AMM NextGen, Cortney disse acreditar que a dança pode (e deve) servir como um lembrete para deixar de lado as inibições, os medos, e viver livremente quem somos
“Ser sempre a única é algo que experimentei muito durante a vida. Seja a única mulher negra, a única dançarina negra, a única dançarina queer. Mas eu sei que não sou a única”