Nas redes sociais, a influenciadora Mariam Chami desmistifica preconceitos em torno das mulheres muçulmanas e da cultura islã
Como é ser brasileira e muçulmana?
Fechadas, oprimidas, submissas aos maridos, sem direito de trabalhar ou estudar. Esses são alguns dos estereótipos atribuídos às mulheres muçulmanas que Mariam Chami deseja combater
“Por causa do preconceito, os desafios que as mulheres muçulmanas enfrentam são ainda maiores. Mas quero mostrar a todos que nós temos voz, temos o nosso lugar”, diz a brasileira
Foto: Nei Junior/ divulgação
Isso mesmo, brasileira. “Quando alguém me manda voltar para o meu país, eu digo que não preciso, pois já estou nele”, conta ela, que nasceu em São Paulo e vive em Florianópolis
Foto: Davi Nascimento/ divulgação
Nutricionista por formação, Mariam começou sua história na internet quando criou, com a ajuda de um líder religioso, uma página no Facebook para informar às pessoas sobre a crença islâmica
Foto: Nina Michels/ divulgação
2019
Questionada frequentemente sobre sua cultura e seu dia a dia, ela passou a compartilhar nas redes sociais um pouco mais de suas vivências pessoais
“Meu principal objetivo na internet é passar conhecimento sobre o islamismo de uma forma leve e divertida, diminuindo o preconceito e a intolerância religiosa”, afirma
Foto: Davi Nascimento/ divulgação
“Eu falo sobre minha vida, sobre o islã, mas não sou uma líder religiosa. Ensino o básico, o que às vezes já é muito”
Com mais de 700 mil seguidores no TikTok e 400 mil no Instagram, Mariam divide curiosidades e responde dúvidas como por que algumas muçulmanas não usam hijab ou como ela se veste na praia
“O islã garante todos os direitos às mulheres. Podemos escolher nosso marido, escolher o que vestir, pedir divórcio, votar, trabalhar. O que existem são muitas ideias equivocadas sobre o assunto”
Foto: Davi Nascimento/ divulgação
Alguns dos vídeos mais famosos da influenciadora são os que ela conta sobre seu casamento – arranjado, só se for pelos algoritmos do Facebook – com seu atual marido, o palestino Mahmmud Mashni
“Existe essa ideia de que os homens muçulmanos têm várias esposas, que podem agredi-las, que são brutos”, conta. “Sempre falo que, se você tem um marido abusivo, a culpa não é da religião”
Foto: Nina Michels/ divulgação
Além dos assuntos mais cotidianos, Mariam também busca desfazer associações como a da religião islâmica ao terrorismo. “Assim como em todas religiões, existem no Islã seguidores bons e ruins”
Foto: arquivo pessoal/ divulgação
“Muita gente me conta que mudou a visão sobre a religião e a cultura islâmica depois que passou a me seguir. Sinto que as pessoas querem saber mais”, afirma
Foto: Davi Nascimento/ divulgação
Mariam também recebe muitos comentários preconceituosos e carregados de intolerância religiosa, mas ela tem uma tática
“Lido com os comentários ruins da melhor forma possível: faço conteúdo com eles, explicando e desmistificando. Eu até agradeço às pessoas por me mandarem, dá mais engajamento”, brinca
Foto: Anderson Coelho/ divulgação
Mariam alerta para a importância de se informar sobre a cultura islã com pessoas que realmente fazem parte da comunidade, e não por séries, novelas ou alguém que tem um “conhecido” muçulmano
“Até pouco tempo atrás, não existiam mulheres mostrando suas realidades, eram apenas os líderes religiosos. Quando somos nós ali explicando é outra coisa. As pessoas se identificam, criam uma conexão”
Foto: Davi Nascimento/ divulgação
“Hoje, as mulheres muçulmanas estão sendo reconhecidas e conquistando lugares de destaque em empresas. Isso contribui para que cada vez mais seja normalizado ser muçulmana no Brasil”, completa