POR: CAROL ITO
fotos: divulgação O projeto Pretas Cervejeiras leva representatividade
ao mercado cervejeiro
e conecta mulheres
que amam a bebida
Cerveja é coisa de mulher preta
Os lugares destinados
à cultura cervejeira
no Brasil muitas vezes
são elitizados, machistas
e racistas. Dentro desses
espaços, mulheres pretas
são exceção
O preconceito vai desde
pensarem que elas não
entendem de cerveja até
a possibilidade de assédio
sexual dentro do bar
“Nos grandes festivais
de cervejas, a maior parte
dos frequentadores são
homens brancos. A gente quer
coexistir, não resistir”,
diz Juliana Barauna
Unidas pelo amor à cerveja,
ela e mais três sócias,
Jaciana Melquiades, Madu
Vitorino e Stefani Nascimento,
tocam o Pretas Cervejeiras
(@pretascervejeiras)
O projeto foi criado
em 2018 no Rio de Janeiro
e tem como objetivo conectar
mulheres negras e tornar
o mercado cervejeiro mais
democrático e diverso
“Disponibilizamos conteúdo
digital sobre cervejas
especiais e, antes da
pandemia, organizávamos
encontros em bares. É um
espaço seguro, de liberdade”,
diz Juliana
Do papo sobre os diferentes
tipos de cerveja, como
elas harmonizam com comidas
e técnicas de fabricação
surge todo tipo de assunto
“Quando nos sentamos numa
mesa para tomar cerveja,
falamos sobre o mundo, sobre
as questões que perpassam
a gente, como o racismo
e o machismo”, explica
“A Madu, sommelier do
Pretas Cervejeiras, conta
que os garçons perguntam
automaticamente para
o namorado dela qual
cerveja que vão beber”
O grupo também usa
as redes sociais para
falar sobre o consumo
consciente de bebida
alcoólica
“Historicamente as pessoas
pretas foram jogadas no
alcoolismo e nos preocupamos
muito com isso. Falamos sobre
beber menos e beber melhor”,
completa Juliana