A artista marcou a história do funk nos Estados Unidos e antecipou lutas importantes do feminismo
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Fotos: robert brenner. / divulgação
Betty Davis é considerada uma das rainhas do funk e precursora da estética afrofuturista. Com discos icônicos lançados nos anos 70 e performances marcantes, ela se tornou uma personagem única na história da música
“Madonna antes de Madonna. Prince antes de Prince”, chegou a afirmar o trompetista Miles Davis, com quem foi casada por um ano, entre 1968 e 1969
Nascida em 1945 e criada numa fazenda na Carolina do Norte, Betty se mudou para Nova Iorque nos anos 1960. Na época, trabalhou como modelo e até hoje é considerada um ícone da moda daquela época e precursora do estilo afrofuturista
Ao se aproximar da música, se tornou cantora, compositora e arranjadora, misturando as energias do rock, funk e jazz. Suas letras tratavam de sexo e prazer com uma naturalidade incomum para o período, como “Shoo-B-Doop and Cop Him”, em que parece narrar um orgasmo feminino
Ela é reconhecida por influenciar a fase elétrica de Mile Davis – que a agredia quando eram casados – e por gravar canções produzidas por grandes artistas, como Jimi Hendrix e Herbie Hancock
Nos discos Betty Davis (1973) e They Say I’m Different (1974), a artista encontra a identidade que a consagrou na música pop dos anos 70. Seu último álbum, Is It Love or Desire (1976) foi engavetado pela gravadora e lançado somente em 2009
Ainda nos anos 70, a morte do pai, brigas com Miles Davis, possíveis sintomas de esquizofrenia e rejeições da indústria da música a fizeram desistir da música
Betty Davis morreu em 2022, aos 77 anos, de causas naturais em sua casa na Pensilvânia, nos Estados Unidos, deixando o legado de sua curta e incendiária carreira musical