Criada em Ilhabela (SP),
a paramédica quebrou um recorde
mundial ao surfar uma Jaws,
no Havaí, sem o auxílio de
um jet ski. Agora, ela rompeu
mais uma barreira histórica:
foi a primeira mulher a surfar
no torneio de ondas gigantes
“The Eddie”, no Havaí

AS REMADAS
DE ANDREA
MOLLER

Andrea Moller integrou
a primeira equipe de stand-up
paddle do mundo e a primeira equipe
feminina de town-in, duplas que
usam jet ski para entrar em grandes
ondas. Aos 42 anos, e há mais de 20
morando na Ilha de Mauí, no Havaí,
ela já foi nomeada três vezes para
o Billabong XXL Big Wave Awards
Filha de uma professora, Andrea
concluiu o ensino médio aos 16.
Com um ano de vantagem em relação
aos colegas de sala, ainda era cedo
para pensar em faculdade. Ela, então,
dedicou seu tempo ao windsurf —
esporte que aprendeu com o pai,
ex-atleta. E não parou mais
“Crescer na Ilha foi o que
me fez ser o que sou hoje.
Minha turma era de gente
como o kitesurfista Guille
Brandão e o iatista Robert
Scheidt, que gostavam de
desafios. Não tinha essa de
‘sou mulher, não vou’, eu
fazia tudo o que eles faziam”
Nessa época, Andrea foi estudar
inglês nos Estados Unidos. Ela
passou três meses em San Diego,
e um dia foi conhecer o Havaí.
Apaixonada pelo cenário e pelo
clima esportivo, decidiu ficar.
Melhorou nos esportes e ingressou
nos estudos para trabalhar
como paramédica
Em 2016, já atuando como
paramédica nas regiões de Haiku,
Pahia e Makawao e cuidando de
uma filha de 13 anos, ela
driblou a rotina de plantões
de 48 horas e entrou para
o Livro dos Recordes ao surfar
uma onda Jaws de cerca de 12
metros, usando apenas a força
dos braços. E não parou por aí
Em janeiro de 2023, a paulista
entrou novamente para a história
ao ser a primeira mulher a dropar
uma onda no lendário torneio
“Eddie Big Wave Invitational
anual”, que reúne os maiores
nomes do esporte há mais
de 30 edições
“Acredito que quando você
faz alguma coisa com o seu
coração, e não para mostrar
aos outros, você está
protegidA. Sinto o maior
orgulho de mostrar para
outras mulheres que sou mãe,
que trabalho e que, se eu
posso cair em Jaws, elas
também podem”

é outra
conversa.