Por: Juliana Sayuri
Foto: arquivo pessoal/ divulgação

Primeira protagonista
de ascendência asiática
da TV, a atriz paulistana
levanta discussões sobre
representatividade
amarela no Brasil

Ana Hikari

Ana Hikari vive a diferença.
Descendente de japoneses,
indígenas e africanos, a
atriz conquistou papéis de
destaque e se tornou uma voz
poderosa pró-valorização da
diversidade étnica no país

Foto: reprodução

Primeira (e única)
protagonista amarela de
“Malhação”, premiada com
um Emmy Internacional, ela
foi uma das personalidades
destacadas na lista Under
30 da revista Forbes 

Foto: Giselle G. Dias/ @gigdias/
divulgação

Tudo isso, segundo ela,
é só o começo. “Este é
um momento de construção
da minha carreira. E de
consolidação da minha
identidade”, diz

Foto: arquivo pessoal/ divulgação

Ana Hikari Takenaka Rosa
tinha 12 anos quando
ingressou no teatro. Aos 17,
começou o curso de artes
cênicas da USP. Na época,
ela se identificava apenas
como Ana Rosa

Foto: arquivo pessoal/ divulgação

Hikari é segundo nome
(não sobrenome). Quer dizer
“luz”, em japonês. A atriz
escolheu e consolidou o
nome artístico “Ana Hikari”
ao preencher o cadastro
na Globo

Foto: arquivo pessoal/ divulgação

Uma produtora de elenco
a viu perambulando pelos
estúdios e a indicou
para participar de um
teste no dia. Desde então,
ela se tornou uma das
apostas da casa

Foto: arquivo pessoal/ divulgação

Em 2017, estreou em
“Malhação: Viva a Diferença”,
da Globo, temporada dirigida
por Cao Hamburger que se
tornou um marco na TV por
trazer cinco mulheres
protagonistas (duas delas
não-brancas e uma LGBTQ+)

Foto: arquivo pessoal/ divulgação

“Por muito tempo nos
foi dada uma narrativa de
que estar na mídia, ser
protagonista, ter destaque
não era pra nós. Daí a
importância de abrir a
porta para meninas que,
como eu, não eram
representadas”

Foto: arquivo pessoal/ divulgação

Para Ana, alcance
é responsabilidade.
“Busco expor (e não impor)
o que penso para que os
outros possam refletir
a partir de um ângulo
diferente”, diz ela, que
acumula 1,3 milhão de
seguidores no Instagram

Foto: arquivo pessoal/ divulgação

Pré-pandemia, enquanto os casos
de Covid-19 ainda estavam
concentrados na Ásia, a atriz
foi alvo de comentários
racistas e se manifestou
sobre o discurso xenofóbico
contra amarelos no Brasil

“Somos brasileiros de
ascendência asiática e
nunca somos tratados como
brasileiros. Sempre tivemos
nossas individualidades
resumidas a estereótipos
limitantes e, muitas vezes,
pejorativos”, escreveu

“Questionar nossa identidade
é um processo que também
reflete como a sociedade
tenta nos impor um lugar
limitado. Compreender quem
a gente é e construir a
própria imagem é uma luta
diária”, diz à Tpm

Foto: Globoplay/ reprodução

E amarelo é identidade.
Foi a partir das discussões
do coletivo feminista da
universidade que ela passou
a refletir sobre diversidade
étnica e se identificar
assim, nem branca nem
negra: amarela 

Foto: arquivo pessoal/ divulgação

A atriz incorpora outros
marcadores: paulistana
instalada no Rio, é bacharel,
bissexual e ativista. Busca
inspiração em mulheres que
combinam arte e ativismo,
como Roberta Estrela D’Alva,
Winnie Bueno e Alice Braga

Foto: reprodução

“Fico feliz por saber que
o fato de eu estar ali, na
tela, pode inspirar mulheres
que se identificam comigo,
seja pelo fenótipo, seja
pela bissexualidade”, diz 

Foto: reprodução

“O papel perfeito é ter
diversos papéis, é isso
o que quero construir. Quero
explorar vários caminhos.
Valorizar a versatilidade
do que é ser mulher – e as
muitas mulheres que existem
dentro de mim” 

Foto: reprodução

é outra
conversa.