Por: Carol Ito
Fotos: Luiz Felipe Rosa/ divulgação

Cofundadora da iniciativa
Doulas de Adoção, Mari
Muradas trabalha para
desconstruir mitos e
preconceitos em torno
da adoção

Adoção
sem tabu

Foto: arquivo pessoal/ divulgação
A doula Mari Muradas foi
adotada com cinco dias de
vida e aprendeu a lidar
com isso de forma saudável 
“A adoção nunca foi
omitida na minha família.
Minha mãe, que também foi
adotada, teve muito cuidado
e gentileza ao me falar
sobre isso”, conta Mari
Foto: arquivo pessoal/ divulgação
Foto: Bruna Lubambo/ divulgação
Infelizmente, não é o
que acontece com muitas
famílias, já que a prática
da adoção no Brasil ainda
é romantizada e cercada
de tabus
“Muitas pessoas descobrem
que foram adotadas depois
de adultas. A falta de
narrativas sobre o passado,
sobre a própria origem,
gera muito desconforto”,
explica
Foto: arquivo pessoal/ divulgação
“Sou privilegiada, minha
família é branca e eu
também, o que é diferente
de uma adoção inter-racial,
em que a família precisa
estar preparada para
lidar com o racismo”
Foto: Pamela Facco/ divulgação
Mari conta que, no Brasil,
a adoção ainda está muito
ligada a uma ideia de
caridade e benevolência,
que precisa ser
desconstruída
Foto: Evelyn Anjos/ divulgação
“Adotar é só uma via de
parentalidade. Praticar
a caridade a gente faz
de outras formas, a
caridade não é desejo
inicial para se construir
uma família”, diz
Foto: Rafaela Carvalho/ divulgação
“Precisamos parar de
rotular a pessoa que
adota como santa e
amaldiçoar a pessoa que
entregou para adoção.
Isso só reforça o tabu,
de vítima, vilão e herói”
Foto: Daniel Freitas/ divulgação
Durante a gestação de
seu primeiro filho, ela
conheceu a psicóloga Mayra
Aiello, que estava se
habilitando para adotar
pela primeira vez
Foto: arquivo pessoal/ divulgação
“Mayra, que é psicóloga
e trabalha com mães,
se sentia solitária.
Queria trocar com outras
famílias e ter sua
maternidade validada como
qualquer outra, conta
Foto: arquivo pessoal/ divulgação
2019
Com o objetivo de oferecer
acolhimento para mulheres
e famílias que vivem a
parentalidade via adoção,
elas criaram a iniciativa
Doulas de Adoção
Foto: arquivo pessoal/ divulgação
“Formamos doulas
capacitadas para
proporcionar apoio
emocional e auxiliar
as famílias a encontrar
respostas de âmbito
burocrático e pessoal”,
explica Mari
Foto: arquivo pessoal/ divulgação
Segundo ela, é importante
não romantizar as relações
no processo: “O foco é
garantir famílias para
as crianças, e não filhos
para as famílias”
Foto: arquivo pessoal/ divulgação
“É importante que os
adultos reconheçam seus
lugares e não achem
que o filho via adoção
irá preencher lacunas
anteriores”, completa
Foto: arquivo pessoal/ divulgação
Foto: Editora Matrescencia/ divulgação
Mari Muradas também é
autora do livro infantil
“Filho é Filho”, que
mostra que a construção
de vínculos, amor e
afeto é a mesma para
todas as famílias 
“Com esse livro, espero
que as pessoas aprendam
a falar sobre adoção da
forma mais empática e
respeitosa possível”, diz
Foto: Daniel Freitas/ divulgação

é outra
conversa.