Por: Nathalia Zaccaro
Imagens: reprodução

“Sou porta-voz de toda uma
geração”, diz a personagem
cheia de culpa burguesa que
virou fenômeno no Instagram

Tina por Tina

Engajada. Performer.
Influencer. Desconstruíde.
Polêmica. São muitos os
predicados para Tina,
a personagem que faz
uma crônica capciosa da
juventude branca da zona
oeste de São Paulo
Com quase 200 mil seguidores
no @a.vida.de.tina,
ela também é incansável.
Só na pandemia, foi para
um retiro espiritual,
se inscreveu no BBB e
frequentou cryptoraves
com hackers russos
A personagem ficou possessa
quando Maria, sua diarista,
desorganizou sua coleção de
Karl Marx, e se decepcionou
num date em que o rapaz não
sabia quem era o filósofo
alemão Martin Heidegger
Entre um evento e outro,
protestou muito contra
tudo o que está aí.
Nas redes, é claro
Tina, que topou responder
um bate-bola à Tpm, afirma
não conhecer as atrizes
Isabela Mariotto, que dá
corpo à personagem, e Julia
Burnier, sua voz. Se liga:
Tina por Tina? 
Uma mulher inquieta
Um livro? 
1984, do grande
George Orwell
Quem você levaria
para uma praia
deserta?
Caetano Veloso
Um filme? 
Pode ser um cineasta?
Abbas Kiarostami
Um trecho de
uma música? 
Uma música belíssima,
de Secos e Molhados:
“E no centro da própria
engrenagem, inventa a
contra mola que resiste”

Uma causa? 
Todas as causas, all
the fights, todas
las causas, tulechus,
haileshmehai, gherere,
ihailapuru, helis, tudo

é outra
conversa.