Fundadora da Rede Mulher
Empreendedora, ela foi
eleita uma das 20 mulheres
mais poderosas do Brasil
pela revista Forbes em 2019

Por: Denise Meira do Amaral
Foto: Divulgação

Ana Fontes

Foram dois dias e meio
dentro de um ônibus para
a família de Ana Fontes
migrar para São Paulo
após uma forte seca ter
castigado o povoado de
Igreja Nova, no sertão
de Alagoas, no início
dos anos 70 

Foto: Acervo pessoal

“A gente tinha apenas
duas beliches e colchões
pelo chão. As crianças
menores dormiam juntas,
um virado para o pé e
o outro para a cabeça.
Até o chão da cozinha
virava cama”, lembra

Foto: Acervo pessoal

Depois de cuidar de
crianças e limpar casas,
começou a trabalhar em
chão de fábrica. E logo
foi promovida para a
recepção. “Sofria muita
discriminação. Era a peã
que tinha subido”

Apesar das mensalidades
sempre atrasadas, Ana
cursou faculdade de
publicidade e propaganda
e virou estagiária de
uma fabricante de
automóveis multinacional

Foto: Divulgação

Passou por coordenadora,
fez pós graduação,
estudou na Inglaterra
e foi crescendo cada
vez mais na empresa

Foto: Divulgação
Foto: Creative commons

Aos 35 anos, ela teve
uma gravidez de alto
risco e o bebê morreu
no parto. Ela se chamava
Mariana. Quatro meses
depois Ana estava
grávida de novo,
da Daniela

“Meu chefe pediu para
eu voltar mais cedo
da licença-maternidade
porque estavam precisando de mim. Acabei voltando.
Era um mundo masculino.
Era a única mulher
na minha área”

Após perder sua irmã
vítima de um câncer no
colo de útero, começou
a repensar a vida. Pediu
demissão mesmo aguardando
na fila de adoção há anos
– Evelyn chegou em 2008,
com alguns meses de idade

Foto: Acervo pessoal
Foto: Divulgação

Depois de algumas
experiências com pequenas
e médias empresas,
Ana criou a Rede Mulher
Empreendedora, maior
plataforma de apoio
ao empreendedorismo
feminino do Brasil

“A primeira lição da
rede é o autocuidado.
não é egoísmo, é cuidar
da sua saúde emocional.
Se não estiver bem,
fisicamente e
emocionalmente, você
não vai dar conta” 

“A segunda é que nos
mantenhamos juntas.
E não é só na Rede,
mas na vida. Ninguém
solta a mão de ninguém.
Porque nossa jornada tem
desafios muito maiores
do que para os homens”

Foto: Divulgação
Foto: Divulgação

“E para quem quer começar
um negócio: comece pequeno,
usando recursos que já tem.
Testa o modelo de negócio
e busque quem já passou
pela jornada do empreender.
Ter uma mentora e pedir
ajuda é fundamental” 

Qualquer pessoa pode
participar da rede,
inclusive homens.
Só na pandemia, a Rede
atendeu mais de 10 mil
empreendedoras,
gratuitamente. Já
passaram por lá mais
de 2 milhões de mulheres

Foto: Acervo pessoal

Ana também é delegada
líder do Brasil no W20,
cofundadora do MIA
(Mulheres Investidoras
Anjo) e foi considerada
uma das vinte mulheres
mais poderosas do
Brasil pela revista
Forbes em 2019

Foto: Acervo pessoal

“Ainda vamos levar uns
150 anos para termos
um ambiente de equidade
no mercado de trabalho
entre homens e mulheres.
A jornada é longa”

Foto: Divulgação

“Ouvi minha vida inteira:
você é pobre, periférica,
tem cabelo ruim, não vai
longe. E estou aqui. Não
há limites para os sonhos.
Não importa de onde você
vem, nem quantos desafios
terá que superar”

é outra
conversa.