POR: CAROL ficadori
fotos: arquivo pessoal

A chef fala dos atrasos
de desenvolvimento do
filho e da importância
de buscar ajuda

A maternidade
de Renata
Vanzetto

Renata Vanzetto divide
com seus mais de 130 mil
seguidores no Instagram
a rotina como chef,
empresária e, agora,
também como mãe atípica
Quando descobriu que seu
filho mais velho, Ziggy,
estava dentro do espectro
autista, ela percebeu que
não sabia absolutamente
nada sobre o assunto
“A gente tem uma percepção
do autismo que não é a
real, diz a chef. Hoje,
o espectro é gigante, e
poucos fatores já podem
colocar você dentro dele”
Ainda existe a ideia de
que todas as pessoas no
espectro autista precisam
de cuidados especiais
para o resto da vida
– o que não é verdade
E foi para desmistificar
esse e outros tabus que
Renata resolveu expor
sua história na internet,
contando seu processo
de reinvenção como
mãe de Ziggy
“Um rótulo não vai mudar
absolutamente nada. O que
importa em casa é sabermos
– e ele saber – que é, sim,
diferente. E tudo bem,
escreveu no Instagram
A chef notou as diferenças
do filho no início da
quarentena, em março de
2020. Passei mais tempo
com ele e percebi alguns
atrasos e outras coisas
que a gente não encontra
em uma criança de dois anos”
Ziggy tinha grandes
dificuldades de socialização
e não apresentava a
comunicação não-verbal,
ou seja, não apontava
objetos ou gesticulava
para se comunicar
Além disso, ele
demonstrava um enorme
interesse em animais
(cavalos, em especial)
e sabia o nome de qualquer
espécie antes mesmo de
pronunciar ‘papai e mamãe’
Renata e o marido, Cassiano,
decidiram procurar ajuda
para que Ziggy pudesse
ter um acompanhamento
profissional desde cedo,
algo importante para
seu desenvolvimento
O autismo não tem cara,
então não dá para a gente
julgar, explica a chef,
que percebeu que os
médicos estão cada vez
mais preparados para
lidar com essa questão
Hoje em dia, alguns
profissionais já olham
e falam: ‘Acredito que
ele esteja dentro do
espectro, porque tem
um conjunto de fatores’”
Mas o preconceito apareceu,
mesmo dentro da família.
Alguns parentes acreditavam
que os pais estavam com
“bobagens, inventando moda
ou caçando pelo em ovo”
Por isso mesmo, Renata
sabe a importância da
empatia em momentos como
esse, e quer criar uma
rede de apoio para que
outras mães atípicas
se sintam acolhidas
Recebi milhares de
mensagens depois que
compartilhei minha
história, diz. Sinto
que cumpri um papel”

é outra
conversa.