A chef fala dos atrasos de desenvolvimento do filho e da importância de buscar ajuda
A maternidade de Renata Vanzetto
Renata Vanzetto divide com seus mais de 130 mil seguidores no Instagram a rotina como chef, empresária e, agora, também como mãe atípica
Quando descobriu que seu filho mais velho, Ziggy, estava dentro do espectro autista, ela percebeu que não sabia absolutamente nada sobre o assunto
“A gente tem uma percepção do autismo que não é a real”, diz a chef. “Hoje, o espectro é gigante, e poucos fatores já podem colocar você dentro dele”
Ainda existe a ideia de que todas as pessoas no espectro autista precisam de cuidados especiais para o resto da vida – o que não é verdade
E foi para desmistificar esse e outros tabus que Renata resolveu expor sua história na internet, contando seu processo de reinvenção como mãe de Ziggy
“Um rótulo não vai mudar absolutamente nada. O que importa em casa é sabermos – e ele saber – que é, sim, diferente. E tudo bem”, escreveu no Instagram
A chef notou as diferenças do filho no início da quarentena, em março de 2020. “Passei mais tempo com ele e percebi alguns atrasos e outras coisas que a gente não encontra em uma criança de dois anos”
Ziggy tinha grandes dificuldades de socialização e não apresentava a comunicação não-verbal, ou seja, não apontava objetos ou gesticulava para se comunicar
Além disso, ele demonstrava um enorme interesse em animais (cavalos, em especial) e sabia o nome de qualquer espécie antes mesmo de pronunciar ‘papai e mamãe’
Renata e o marido, Cassiano, decidiram procurar ajuda para que Ziggy pudesse ter um acompanhamento profissional desde cedo, algo importante para seu desenvolvimento
“O autismo não tem cara, então não dá para a gente julgar”, explica a chef, que percebeu que os médicos estão cada vez mais preparados para lidar com essa questão
“Hoje em dia, alguns profissionais já olham e falam: ‘Acredito que ele esteja dentro do espectro, porque tem um conjunto de fatores’”
Mas o preconceito apareceu, mesmo dentro da família. Alguns parentes acreditavam que os pais estavam com “bobagens, inventando moda ou caçando pelo em ovo”
Por isso mesmo, Renata sabe a importância da empatia em momentos como esse, e quer criar uma rede de apoio para que outras mães atípicas se sintam acolhidas
“Recebi milhares de mensagens depois que compartilhei minha história”, diz. “Sinto que cumpri um papel”