“A gente faz 100 coisas certas, mas a que fica ecoando na cabeça é a que fizemos errado. Vou dormir abraçada com a medalha de Pior Mãe das Galáxias – e nenhum meteoro vai destruir isso”
A mãe que não brincava
“Para mim, uma das coisas mais difíceis da maternidade é brincar. Brincar de montar Lego, brincar de heróis, de destruir as galáxias, de esconde-esconde, de ser a Peppa (a voz da Peppa é impossível de ser imitada), brincar de ser a mãe do Flash, a Mulher Maravilha etc”
“Ter tempo para brincar com o filho é privilégio, claro. Mas quando eu encerro o expediente, às vezes gostaria apenas de olhar para o nada para me recompor e descansar a cabeça. Mas chega a noite e a criança, que já brincou na escola, que já está brincando com o pai, está na expectativa de brincar com a mãe”
“E não é brincar pouco, é brincar demais, brincar muito, brincar para cacete. Eu brinco, juro! Na verdade, eu tento. (Esse ‘juro’ foi porque fico tão culpada que estou tentando provar para você que está lendo esse texto que eu brinco, sim, não sou tão péssima)”
“Monto, desmonto, deito no chão, levanto do chão, faço gol, me escondo no armário, mas não adianta, acho que a preguiça está estampada na minha cara”
“E depois de ter brincado por duas horas, ter destruído todos os meteoros possíveis, defendido as galáxias, escondido embaixo da cama para salvar o planeta, ele tira a fantasia triste e fala: ‘Você não está brincando direito’. E sou obrigada a concordar, porque realmente não estou”
“Eu tô cansada de tentar salvar o planeta. Vida segue, ele dorme e eu durmo? Não, eu choro. Custava ter brincado direito? Ele só vai ter três anos uma vez na vida. Que merda de mãe é essa que não gosta de brincar?”
“A gente faz 100 coisas certas, mas a que fica ecoando na cabeça, a noite toda, é a que fizemos errado. Vou dormir abraçada com a medalha de Pior Mãe das Galáxias – e nenhum meteoro vai destruir isso. Toca aqui quem também?”