"Fracassar é preciso"

por Redação

A ginasta Daiane dos Santos, a atriz Suzana Pires e a empresária Ana Julia Ghirello debatem o significado do fracasso

"O fracasso é uma condição inescapável a todos os humanos. Todos vamos fracassar." Foi assim que a jornalista Milly Lacombe abriu os trabalhos da última conversa do segundo dia da Casa Tpm 2019. A atleta Daiane dos Santos, a atriz Suzana Pires e a fundadora da aceleradora de startups AbeLLha Ana Julia Ghirello se juntaram à Milly para pensar sobre a importância de fracassar. 

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"A minha história de fracasso foi na Olimpíada de Atenas, em 2004. A medalha escapou das minhas mãos, mas aquilo foi muito importante para eu me reinventar. A gente consegue entender o jeito certo de fazer as coisas fracassando e, devagarinho,  vai aprendendo, com as quedas", disse Daiane, que batizou dois saltos inéditos na ginástica olímpica. 

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Suzana endossou a fala de Daiane e reforçou a importância de compartilhar essas experiências com outras mulheres e como faz isso em seus textos. "A gente tem que entender que não vamos ser perfeitas. Porque se o seu sonho for bom, ele vai dar merda. O mundo do sucesso é estéril, é de não reverberação no coração das pessoas. Temos que retomar nossas comunidades". Ana Julia levou a discussão para o universo do empreendedorismo e pontuou o impacto da opinião das outras pessoas em suas decisões: "A continuidade é mais celebrada do que os cortes que, às vezes são necessários. A gente precisa esquecer o que os outros vão achar e focar na nossa essência." 

Milly puxou a conversa para um tema delicado: o fracasso na relação amorosa. "Temos que mudar a perspectiva do que é dar certo", disse Suzana, defendendo que as trocas que terminam não necessariamente são sinônimo de fracasso. Daiane abriu o jogo e falou sobre como é difícil para ela estar em um relacionamento. "Para mim é muito louco pensar na dependência afetiva. Eu não trabalho muito bem com o que eu não tenho controle. O mais difícil é entender que a gente não controla nada, a gente só vive", disse. 

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"A vida é delirante e torturante! Eu não acredito em transformações açucaradas. A vida pode ser um soco no estômago, mas a gente vai se unir. Se unir e manter a Amazônia viva, porque sem isso a gente não vive.", arrematou Milly.

Créditos

Imagem principal: Agência Ophelia

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