Do luto à vida

Uma mãe nunca se refaz da morte de um filho. Mas Lucinha Araújo, 81, usou sua dor para encontrar um novo motivo para sua existência. Foi após testemunhar o calvário do filho, Cazuza, em sua luta contra a aids, que ela se juntou ao marido, João Araújo, amigos e médicos para fundar em 1990 a Sociedade Viva Cazuza.

A instituição ampara crianças, jovens e adultos soropositivos e é mantida com os direitos autorais da obra musical do cantor e compositor, além de apoios, parcerias e doações. "A Viva Cazuza nasceu de uma dor e de um trauma para que eu tivesse uma tábua de salvação para a minha vida. Dependo muito mais das crianças que frequentam o espaço do que elas de mim", diz Lucinha.

Além da casa de apoio que abriga as crianças em regime de internato, no Rio de Janeiro, a organização promove também a difusão de informação sobre o vírus HIV, parcerias com instituições e hospitais, e mantém o Projeto Cazuza, de acervo do artista, que em 2018 completaria 60 anos.

"Estou trabalhando para que a Viva Cazuza continue suas atividades depois que eu não estiver mais aqui. Todos os direitos do Cazuza já são dela e vou deixar minha herança para que a instituição possa continuar suas atividades." Lucinha não para.