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por Redação

Vocalista e guitarrista da banda Fresno fala sobre fama e sua ’hiperatividade musical’

Lucas Silveira, vocalista da Fresno e uma das mais importantes figuras da cena pop brasileira atual, esteve no Trip FM desta semana para falar sobre a carreira, os planos para o futuro e a mudança de vida entre Porto Alegre e São Paulo, onde o fenômeno Fresno realmente explodiu em popularidade. Fama que veio a custo de alguma perseguição, especialmente no meio do rock, que não demorou para torcer o nariz para os meninos. 

Logo no estouro da banda, a Fresno acabou pega no meio da discussão do tão mal-visto rótulo emo, usado pelos críticos como depreciativo do trabalho dos rapazes. Mesmo sem entender direito do que se trata o termo, emo acabou virando sinônimo de música de baixa qualidade e que não deveria ser levada a sério por roqueiros que se prezem. Sabendo de onde veio o rótulo e sem perder a linha, Lucas explicou como vê esse fenômeno da perseguição aos que são chamados de emo no Brasil.

"Se fosse só um rótulo assim de dizer que a gente faz um som emo, a gente nem lutaria contra isso. Mas aqui no Brasil esse é um termo muito ridicularizado. Aqui em São Paulo ainda mais, porque até a vó da pessoa sabe o que é. Aqui o termo entrou na agenda até do Fantástico", comenta Lucas sobre o rótulo emo. "Por isso que aqui rola esse estranhamento quando você apresenta a gente para o grande público, coisa que não rolaria se a gente sempre ficasse tocando no nosso segmento. 

Desde pequeno, Lucas teve próximo de si a influência do pai músico. Mesmo com os pais separados, o amor do pai pela música tradicional gaúcha acendeu no cantor e compositor a vontade de aprender a tocar que acbou levando-o ao mais alto patamar da música pop do Brasil em 2008, ano de lançamento do álbum Redenção.

"Meu pai é cantor de música nativista gaúcha. E também de uns boleros, gosta de cantar em espanhol, gosta de cantar um Julio Iglesias. Me influenciou muito, apesar de eu não ter vivido minha vida toda com ele. Ele se separou da minha mãe há muito tempo", comentou Lucas. "Ao mesmo tempo me influenciou até meio sem querer. Quando eu chegava na casa dele, tava sempre gravando alguma coisa diferentes, às vezes ia fazer shows também, geralmente numas casas meio... Meio puteiros assim. Aí nem dava pra eu ir né?"

Para divulgar o trabalho musical os integrantes do grupo souberam usar com destreza as ferramentas que iam surgindo na internet, como Fotolog, Orkut e Myspace, entre outros. Porto Alegre ficou pequena para eles e em 2007 gravaram o MTV Ao Vivo Cinco Bandas de Rock, que rendeu o primeiro contrato com uma grande gravadora. Em 2008 veio Redenção, quinto disco e o primeiro de grande exposição, e em 2009, uma enxurrada de prêmios.

A banda chegou em São Paulo no ano de 2007, logo após o lançamento do disco Ciano. Na época, para viverem juntos em uma casa na zona sul da cidade.

"Foi muito doido chegar em São Paulo porque a gente veio meio que pra morar em uma república, com a banda toda junta. Ficava ali numa rua chamada Barão do Bananal. Mas nunca foi aquela coisa doida que todo mundo acha, até porque quando a gente morava lá isso não era nem possível", brinca o vocalista sobre o apelido de Barão do Bacanal que a casa da Fresno recebeu dos integrantes. "A gente fazia um churrasco semanal que a gente teve que parar depois que começou a dar cem pessoas e a gente não conhecia ninguém."

Em 2010, além de lançar com o Fresno o álbum Revanche, nosso convidado de hoje resolveu dar vazão ao que ele chama de “hiperatividade musical” e criou um trabalho solo, o Beeshop. Seu primeiro disco solo, The Rise and Fall of Beeshop, obteve boas críticas da mídia especializada. Atualmente prepara um novo projeto, o SIRsir, de música eletrônica.

O Trip Fm vai ao ar na grande São Paulo às sextas às 20h, com reprise às terças às 23h pela Rádio Eldorado FM 92,9 MHz.

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