por Marcos Candido

O Maestro do Canão nunca vai morrer. Ouça ”Sabotage”, novo disco com canções inéditas do rapper Sabotage

O Maestro do Canão voltou. O álbum Sabotage, com músicas inéditas do rapper Sabotage, foi lançado neste domingo (16) com 11 faixas gravadas pouco antes de sua morte, em janeiro de 2003. Com dez anos de produção, o novo som do Sabota contou com um esforço coletivo de rappers e produtores como Daniel Ganjaman, BNegão, Rappin’ Hood, Negra Li, Dexter e Wu-Tang Clan para se tornar realidade. O resultado é um som que vai do trap do Tropkillaz em Mosquito à pitadas de samba-rap em Maloca É Maré.

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Embora faixas como Canão Foi Tão Bom já circulassem pela internet há cerca de dois anos, Sabotage é o primeiro a ter conteúdo completamente inédito e lapidado do autor de Rap É Compromisso (1999), álbum essencial do rap nacional. Conhecido por improvisar em cima de beats e remixes incessantemente, Sabotage também deixou coletâneas como Uma Luz Que Nunca Irá se Apagar e a trilha sonora de O Invasor, filme no qual atua ao lado do músico e ator Paulo Miklos (a clássica Mun-Rá, gravada em parceria com o Instituto, foi lançada especialmente para o longa-metragem).

Na inédita País da Fome: Homens Animais, uma repórter narra a execução de Sabotage aos 29 anos em uma rua no Jardim da Saúde, bairro localizado na mesma zona sul de suas rimas. Desde seu assassinato, a comunidade do rap tem se dedicado a manter a obra de Sabotage viva por meio de festivais musicais, coletâneas e documentários como Sabotage: Maestro Do Canão, lançado em 2015.

O morador da favela do Canão, zonal sul de São Paulo, aos 8 anos descobriu Pixinguinha, Chico Buarque e Cassiano. Com a mesma idade, também passou a vender drogas. Aos 15, perdeu a mãe e os irmãos. Na vida adulta venceu o crime com versos, beats e sons que ainda reverberam na internet e vielas do Brasil.

 

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Imagem principal: Divulgação

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