O erotismo nos tempos de Snapchat

por Piti Vieira
Trip #254

A estética crua do fotógrafo Haruo Kaneko,
criador do projeto de nus femininos BRWax, será retratada 
em documentário

Um trabalho sem filtro, a mulher como ela é. Um fetiche do século 21, com linguagem e estilo”, diz o fotógrafo Rui Mendes. “Ele leva sempre para uma situação inusitada. Cria ângulos, cria ambiente, cria situações com as meninas”, conta o skatista Ricardo Pinguim, brand manager da marca Globe Brasil. “A primeira impressão causa certa estranheza”, afirma Zé Carratu, diretor de arte. “Ele não é deste planeta, então ele acha tudo natural. É tudo arte. Tudo é foto”, aponta Ju Hirschmann, produtora. “A linguagem do japa é snap, a foto é tirada rápida, muitas vezes com flash. Ele chega, coloca naquela situação e tira uma foto. Aquele susto é a foto”, diz Filipe Grimaldi, curador da Casa Sinlogo, espaço cultural e galeria de arte em São Paulo.

Esses e outros depoimentos estão no documentário Snap – A fotografia de Haruo Kaneko, sobre o trabalho do idealizador do projeto BRWax (@brwaxx no Instagram),  especialista em deixar as mulheres à vontade. Dirigido por Jun Sakuma, da produtora Bravo Cinematográfica, o filme de quase 1 hora e meia de duração deve ser lançado ainda em 2016.

Quem gosta de sexo limpinho, mulheres sem dobrinhas e celulite, cenários assépticos e quase nenhum erotismo não vai curtir as imagens deste paulistano de 31 anos, filho de pai japonês e mãe brasileira.

“Minhas fotos refletem mais a situação que eu consigo criar do que o clique. Eu não sei explicar como acontece, mas consigo ficar íntimo das mulheres em pouco tempo”, diz Haruo, que pretende também lançar um livro e fazer uma grande exposição até o fim do ano.  “Com coisas estranhas que possam chocar a galera”, promete.

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