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De jaqueta de couro e cabelos longos, padre mexicano mexe com o Vaticano

Adolfo Huerta Alemán cruza de moto as ruas de Chapultepec, no México. Jaqueta de couro, cabelos compridos ao vento, unhas pintadas de preto, ele não dispensa um cigarro, um gole de cerveja e heavy metal no talo. Recentemente tuitou que curtiu a música nova do Daft Punk e assume: adora sexo.

Adolfo é como qualquer cara de 35 anos. Só que ele é padre. Católico apostólico romano. Atuante nos movimentos sociais do país, assolado pela corrupção e pela violência do narcotráfico, faz sermões carregados de críticas ao governo, mais inspirados em rock e em Marx do que na Bíblia.

Alçado à condição de celebridade local, atraiu a ira de fiéis mais conservadores, a quem rebate dizendo que “pior é a pedofilia praticada por sacerdotes”. Nem a fé inabalável em Jesus Cristo, que ele vê como o primeiro socialista da história, evitou que o Vaticano o afastasse das atividades sacerdotais por seis meses para “repensar” e o impedisse de dar entrevistas.

Mesmo assim, não pensa em desistir do sacerdócio. É o que garante o amigo Mauricio Freyssinier. “O altar é a trincheira de Adolfo, ele aproxima a igreja do povo como ninguém. O que acontece com ele é perseguição política”, diz, com esperança de que em dezembro, quando terminar o castigo, o pároco retome suas atividades.

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