Trip Girl: Scheila Santos

por Gabriela Borges
Trip #248

Advogada e modelo, ela vive na ponte aérea entre São Paulo e Nova York. Quando está apaixonada, à distância, gosta de trocar mensagens quentes – e nudes secretos

Segundo a astrologia, a mulher de escorpião é sedutora, intuitiva e firme. Ok. Mas nem precisaríamos da astrologia para dizer que Scheila Santos é: exatamente assim.  

Há um ano e meio, ela vive na ponte aérea SP-NY, um mês lá, um mês cá. Advogada de formação, Scheila é modelo desde os 13 anos, além de estudar fotografia e cinema. O objetivo dessa vida sem muita rotina, entre Brasil e Estados Unidos, é ver como funcionam os bastidores da moda, aprender a criar e fazer desfiles. Tudo para ampliar o trabalho que vem realizando nas lojas que mantém com a sócia e irmã mais nova, Carolina. Se antes as duas compravam peças para revender, Scheila agora quer botar a mão na massa. No momento, está criando sua primeira coleção, de jeans. A ideia é lançá-la em São Paulo daqui a alguns meses.

Scheila nasceu no interior do Paraná, em Marechal Cândido Rondon, cidade com 50 mil habitantes, perto de Foz do Iguaçu. Cresceu livre, brincando na rua. "Fui criança quando deveria ser, e isso tem um impacto grande na minha vida hoje", diz. Na adolescência, saiu de casa para estudar e modelar. Tornou-se uma mulher do mundo, que adora viajar. Já morou na Inglaterra e na Itália – inclusive, o nome da grife que criou com a irmã, Moscova, é o mesmo do bairro onde vivia, em Milão. "Gosto da cidade grande, mas sou do interior. Tento sempre ter comigo algo da qualidade de vida da minha cidade", diz. Durante a faculdade de direito, teve que dar um tempo na carreira de modelo. Voltou há pouco mais de um ano, incentivada pela agente a aproveitar o tempo que passa fora do Brasil.

"Já mandei nude para namorado, claro. Acho que isso aproxima o casal. Mas é preciso intimidade para fazer" 

Louca por arte, quando está em Nova York, Scheila frequenta museus, como o MoMA e o Met, as galerias do Soho e gosta de ver os artistas de rua, gente tocando jazz, pintando. Tem muitos amigos na cidade. Já foi mais baladeira; hoje curte tomar vinho em algum restaurante ou drinks em bares de hotéis. Dificilmente fica solteira, mas no momento diz que está curtindo a vida. 

Mostra e não mostra

"Eu tinha decidido realmente ficar sozinha, por não estar vivendo em nenhum lugar fixo. Mas sempre tem alguém…", fala. Sobre namorar à distância, pelo WhatsApp ou pelo Facetime, não acha mau. "Essas ferramentas ajudam, porque você consegue ver, conversar. A tecnologia aproxima", reflete, embora confesse não curtir muito a ideia de entrar no Happn ou no Tinder. Ela gosta de conhecer amigo de amigo, gosta do jogo da conquista. "O que mais me agrada é a ideia de estar sendo conquistada e estar conquistando. Volto pra casa feliz, sabe?"

Outra coisa que Scheila gosta é de trocar mensagens mais quentes, no celular. "Acho ótimo!", diz, empolgada. Já sobre nudes e vídeos, tem o pé atrás. "Quando existe intimidade é legal. Já mandei para namorado, claro. Envio imagens de partes do meu corpo. Acho bem bom, principalmente quando a pessoa está longe, como no meu caso. É legal ver que o cara tá pensando em você, mandando uma foto sensual. Isso aproxima o casal. Mas tem que ter um relacionamento e intimidade para fazer", defende. 

Esse é o primeiro ensaio nu de Scheila.Apesar de dizer que tirar a roupa não foi tão fácil, ela sabe que está mais gata do que nunca às vésperas de completar 32 anos. "O primeiro ano depois que fiz 30 foi difícil, achei estranho, foram tempos de muita autoanálise e autocrítica", ri. 

Para Scheila, a fotografia é um jeito de parar no tempo. "Gosto desse mostra e não mostra das fotos", diz. Na costela, perto do seio esquerdo, Scheila tem escrito "serva de Deus", em inglês. Carol, a irmã caçula, tem três tatuagens, o que incentivou Scheila a registrar no corpo uma frase que marcasse sua fé. "Nunca me achei um mulherão, tenho corpo de menina, peito pequeno. A tatuagem me deixou mais sensual", fala, enquanto espera a próxima viagem – e estar no ar novamente. 

"O primeiro ano depois que fiz 30 anos foi difícil, foram tempos de muita autoanálise e autocrítica"

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