por Luiz Alberto Mendes

 

Comunicação

 

Em tese, o homem é produtor de sua sociedade e de sua cultura, além de ser produto de sua criação. Criador e criatura, esta rodeado pelo seu ambiente social, envolto em sua cultura com as outras pessoas e com elas mantém estreita relação de interdependência. Os processos de inteiração psíquica e social dos seres humanos provaram-se refratários às políticas de planejamento, organização, capacitação e formas mecânicas de vida, trabalho e relações. As manipulações produziram formas desumanas de coexistência, causando males sociais tais como violência, individualismo, depressão, stress e ansiedade.

As instituições sociais como prisões, escola, segurança pública e outras, jamais respeitaram ou levaram em consideração as características e necessidades da vida individual e social das pessoas. As idéias de como deva ser uma escola, uma prisão ou a segurança pública e outros, permanecem as mesmas há séculos. Parecem pétreas, inamovíveis. O resultado disso podemos ver todos os dias, nas falas dos seres sociais e principalmente na passividade com que aceitam a ação de seus representantes políticos que não representam senão a si mesmos. Direitos humanos são atropelados em nome de uma segurança inexistente. Pensam que encher as cidades de policiais armados até os dentes e doutrinados a atirar a um piscar de olhos, vai resolver. E não resolve, porque violência só gera violência e as leis que foram produzidas para defender o indivíduo e o bem estar social, são sempre violadas.

Os meios de comunicação não respondem às necessidades reais das pessoas.  Não ajudam nas tomadas de decisões; não oferecem oportunidade de expressão, de diálogo, encontro, não estimulam o desenvolvimento da capacidade crítica, auto-crítica e de participação dos seres sociais. Antes, procuram o lucro, o prestígio, o poder, o domínio e o controle da sociedade manipulando e mascarando as informações tendenciosamente. Não promovem a participação igualitária onde todos os seres sociais possam realizar e desenvolver todo seu potencial humano.

Precisamos, sem dúvida, de outras formas de expandir o conhecimento, repassar as informações com legitimidade, sem partidarismos ou interesses escusos, promovendo a união das coletividades e os movimentos de protestos sociais. Para tamanho empreendimento, primeiro é preciso saber para nos decidirmos onde e o que necessita melhorar para não sermos enganado e manipulados como temos sido. Depois precisamos adotar uma posição mais crítica e exigente em relação de como deve ser nosso meio social. Voltarmos a ser os criadores de nossa cultura/sociedade e deixar de ser apenas criaturas que a tudo assistem passivamente, sem poder de veto a nada.

A indignação é uma necessidade básica nos dias atuais. Estamos, à mercê daqueles que controlam a estrutura política, os mecanismos de mando e os meios de comunicação que teimam em produzir nossa vida social. Precisamos lutar pelo conhecimento que nos dará os meios de nossa participação e retomada da produção de nossa vida em sociedade.

                                         **

Luiz Mendes

24/09/2015.

fechar