Por trás das câmeras do clássico

por Pedro de Luna

Livro revela os bastidores das filmagens de Casablanca, uma obra-prima acidental

Como um filme feito às pressas e sem roteiro definido se torna uma obra−prima? Em seu novo livro, Casablanca: A Criação de uma Obra-Prima Involuntária do Cinema (Estrondo, 2015), o escritor Renzo Moura tenta explicar revisitando os bastidores do clássico vencedor de três Oscars: Melhor filme, melhor diretor e melhor roteiro adaptado. 

Filmado entre 25 de maio e 3 de agosto de 1942, adaptado da peça de teatro Comes To Rick's ("Todo mundo vem ao café de Rick"), que nunca foi encenada, o filme seria apenas um drama passado num Marrocos sob domínio francês durante a Segunda Guerra Mundial. Até mesmo os atores principais só toparam por que não conseguiram papel num filme melhor. 

Apesar do desinteresse de Humphrey Bogart e Ingrid Bergman nos personagens principais de Rick Blaine e Ilsa Lund, a química do casal era tão real que a então mulher de Bogart, Mayo Methot, acusou o ator de infelidade. “A mulher do Bogart era maluca. Não houve caso nenhum entre os dois. Mais tarde, Mayo o esfaqueou e quase o matou”, conta Renzo.

O fato é que todos reconhecem o valor desta película, inclusive figurando nas listas dos 100 melhores de todos os tempos, e sendo relançado em diversas mídias. Na opinião do autor, tanto em Casablanca quanto em ...E o Vento Levou e outros grandes clássicos românticos, o tema nunca é o amor. “É o amor que não deu certo, que o tempo não erodiu. Parece nos lembrar que nenhum amor real compete com o romance idealizado, que ficou na promessa, que embarcou para longe em um avião qualquer, que não teve que enfrentar o desafio do tempo. Isso vem desde Romeu e Julieta".

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