A luta do cidadão
A passividade, a ignorância e a indiferença política são os fatores que mais pesam contra o cidadão. As tais liberdades constitucionais não são propriedades adquiridas de uma vez por todas. Não estão acima de qualquer risco e inamovíveis. Já tivemos longos períodos de exceção no país em que tais direitos do cidadão foram jogados por terra e tripudiados. Não há nada que garanta que tais liberdade vão funcionar para sempre, senão com a atuação contínua e decisiva do cidadão. Carecemos de cidadãos educados, estudados, conhecedores e comprometidos para manter e dar valor aos direitos constitucionais.
Quando agentes do Estado, como os policiais, ferem a lei e matam discriminadamente (pretos, pobres e favelados), é preciso que todo cidadão seja crítico e questione o abuso de poder, o desrespeito à lei. Obviamente, a certeza da impunidade fará que essa injustiça um dia chegue às portas da casa do cidadão. Violência gera violência, não podemos esquecer disso. Exigir punições exemplares aos que têm por obrigações institucionais de garanti-las, é um ato de resistência do homem social.
Quando políticos locupletam-se do dinheiro público, quando a corrupção na gerência pública é comprovada, o cidadão deve exigir que as penas dos infratores seja o mais severa possível. A impunidade é produto do desleixo, da covardia e do relaxamento do cidadão. O que ocorre de injusto e incorreto em sociedade, deve ser alvo da crítica e da indignação do cidadão. Quando o homem que vive em sociedade se omite pela passividade e indiferença política, suas liberdade e direitos constitucionais estarão sendo ameaçados.
Nossas escolas carecem de ensinar as regras do jogo político que esta sendo jogado. Precisamos nos atualizar com urgência do fluxo dos acontecimentos e das regras variáveis das atuações políticas. Abismos nos separam das verdades nas práticas do campo político. A opinião pública vive sendo manipulada pela nossa ignorância dos fatos. Por exemplo, uma boa parte dos cidadãos pensa que a corrupção foi inventada pelos políticos do PT. É certo que alguns deles se corromperam mesmo, mas a corrupção vem da imperfeição e da falta de educação humana que, ao perceber a impunidade, sente-se livre para praticá-la. Somente com muita vigilância, auditorias sistemáticas e punições exemplares podemos controlá-la. E, para tanto, o cidadão carece de educação, ciência e desenvolvimento para exigir lisura e transparência de seus governos e dos poderes do Estado.
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Luiz Mendes
07/10/2015.
