por Redação

Catarinense desenvolve técnica para ensinar bateria para deficientes

É um enredo conhecido. A história de uma transformação pessoal que leva alguém a transformar a vida de outros pessoas. Foi o que aconteceu com baterista Paulo Lafontaine. Depois de anos trabalhando na noite, o catarinense percebeu que não queria mais continuar fazendo aquilo da vida e desistiu.

Sem emprego começou a fazer alguns trabalhos voluntários e se encontrou de novo. “Comecei a gostar desse trabalho, nunca tinha feito nada desse tipo”. Foi essa identificação que salvou Paulo de outra desistência. Ele tinha começado a dar aulas de bateria, mas já pensava em parar quando um professor indicou alguns alunos novos para ele. Paulo recusou desanimado, porém o professor alertou: “São quatro deficientes”. Paulo mudou de ideia na hora, seria a realização de  um sonho. Ali nascia o Alma de Batera, um projeto parar oferecer aula de bateria para pessoas com deficiência.

Para isso, Paulo desenvolveu uma técnica própria para que deficientes conseguirem desenvolver uma boa técnica. “Eu trabalho muito com imagem, associação de imagens e dinâmicas fora da bateria. Quando vamos para a bateria em si tenho a possibilidade de trabalhar com as peças separadamente, varia de acordo com o aluno”, explica. O trabalho foi ficando cada vez mais sério e ele foi atrás de um curso de Pedagogia.

Lá se vão cinco anos de trabalho e Paulo segue sendo o único professor do Alma de Batera. Mas o plano para o ano que vem é ter um espaço físico próprio para dar aulas - hoje ele se divide entre o Centro Cultural São Paulo, Biblioteca Mário Schenberg e ADID.

Na lista de sonhos distante ele tem a ideia de ter filiais do projeto com novos professores capacitados por ele mesmo. “Hoje gente de outro estado me liga querendo participar”, conta Paulo.

Dando aulas entre terça e sexta, Paulo anda sem agenda para atender novos alunos e até de receber novos voluntários direito. No entanto uma ajuda sempre é bem vinda, seja financeira ou de um serviço que saiba fazer. Como ele lembra, existe uma desvalorização no Brasil com os deficientes e com quem trabalha com esse público.

Mas com o amor pela causa e com uma pequena ajuda dos amigos - nomes como João Barone, Daniel Weksler, Dudu Braga e Japinha - ele leva em frente à missão. “É impressionante como todos querem participar e depois querem voltar”, diz Paulo.

Vai lá: www.almadebatera.com.br

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