por Redação

Pedro Paulo Diniz, do Grupo Pão de Açúcar trocou o glamour da fama pela produção de aliments orgânicos

Herdeiro do Grupo Pão de Açúcar, piloto de Fórmula 1, namorado de modelos, amigo de príncipes e personagem fácil das colunas sociais, Pedro Paulo Diniz conquistou o que o mundo do consumo, da competição e da fama entende como o topo da montanha. Tinha tudo para querer continuar lá, mas quis descer. Há dez anos trocou tudo isso pela meditação e pela vida com a família no campo, onde desenvolve o que pode vir a ser a maior produção de alimentos orgânicos do Brasil. 

“Meu papel era o do playboy na Fórmula 1. Morei em mônaco, fiquei amigo do príncipe,  comprei uma Ferrari e me sentia o bacanão. No primeiro dia é como criança com brinquedo novo, depois enjoa. E não preenche nada. No começo você entra no jogo, acha legal, mas faltava alguma coisa. Era tanto ego que não dava para curtir”, conta.

Pedro, então, parou de correr e resolveu chegar a algum lugar, mas recuperar o anonimato lhe parecia uma condição essencial. Estava procurando gente que estivesse fora do mundo superficial em que tinha vivido por tanto tempo, gente normal, com interesses reais. “Eu me via perdido. A grande mudança foi entender quem eu era e do que realmente gostava, e que eu podia ser o mesmo em qualquer lugar. Isso é tão bom! E conheci a Tati (sua esposa) nesse meio-tempo, e ela, entre outras qualidades, é uma pessoa muito espiritualizada. Quando tivemos o Pedrinho, o primeiro filho, foi uma grande mudança na minha vida. Eu vinha nessa procura, pedia a Deus para me mostrar aonde eu precisava ir. E, no ano em que a Tati ficou grávida vi aquele filme do Al Gore, Uma verdade inconveniente. Aquilo mexeu muito comigo. Caramba, estou colocando um filho no mundo e o mundo está detonado. Como esse moleque vai viver lá na frente?”, diz. 

Logo tiveram uma menina, Catarina, e depois de um acordo no Pão de Açúcar foi escolhido para administrar alguns bens, dente os quais uma fazenda. “Comecei a cuidar dela e pensei em fazer algo sustentável aqui. Descobri que existe agricultura orgânica, que planta sem aditivo químico e ainda preserva o ambiente. Comecei a estruturar um projeto, e isso cresceu. Daí a gente pensou que, em vez de passar um dia na semana, pudesse morar aqui. Já são dois anos e meio”, conta.

“É tudo muito novo e instigante. É interessante aprender como são os processos da natureza e como replicar isso para criar um alimento mais saudável. Fora os outros benefícios, poder criar meus filhos na fazenda. E o fator humano também é crítico, precisa trabalhar as pessoas, instaurar uma nova cultura dentro desse pequeno núcleo, nessa pequena comunidade. Criar um pensamento diferente, produzir sem destruir.”

Leia a entrevista completa com Pedro Paulo Diniz na Trip # 210

 

fechar