Brasil gastou R$ 47,5 bilhões em 2010 com segurança pública

por Redação

Conheça outros dados do anuário lançado pelo Fórum Brasileiro de Segurança Pública

 

O anuário foi lançado ontem pelo Fórum Brasileiro de Segurança Pública, cujo secretário,Renato Sergio de Lima, venceu o Prêmio Trip Transformadores

O Brasil gastou R$ 47,5 bilhões em 2010 com segurança pública, 4,4% mais que em 2009. Com o aumento, os gastos na área alcançaram 1,36% do Produto Interno Bruto (PIB), um investimento digno de país desenvolvido. Na França, por exemplo, gasta-se 1,30% do PIB. Mas a sensação de falta de segurança por aqui não tem nada a ver com a tranquilidade das ruas francesas.

“O Brasil já gasta muito com a área e, se não pensarmos na qualidade desse investimento, continuaremos destinando muito dinheiro para resultados ainda não satisfatórios. É preciso discutir a eficiência do gasto público”, afirma Renato Sérgio de Lima, secretário executivo do Fórum Brasileiro de Segurança Pública (FBSP), homenageado pelo Prêmio Trip Transformadores de 2011.

Os dados pertencem à 5ª Edição do Anuário Brasileiro de Segurança Pública, produzido pelo FBSP em parceria com o Ministério da Justiça e apresentado hoje em Brasília.

Além da má-qualidade dos gastos, o anuário revela ainda a precariedade dos dados de segurança pública em muitos Estados brasileiros, como o Rio de Janeiro, em que os números de homicídios informados pela Secretaria de Segurança Pública divergem dos dados oferecidos pelo SUS, que informa toda morte violenta. 

Assim, fica difícil saber se é verdadeira a redução do número total de homicídios dolosos (cometidos com intenção) registrados no Brasil em 2010, calculada em 2,1%. Segundo os dados, foram 40.974 assassinatos em 2010, contra 42.023 em 2009. Alagoas lidera o ranking de homicícios: 68,2 a cada 100 mil habitantes. A segunda maior taxa é a da Paraíba, 38,2 homicídios a cada 100 mil habitantes.

O Anuário analisou ainda a (des) confiança na polícia e no judiciário, para descobrir o que todo mundo já sabe: os policiais e juízes não estão nada bem na foto. No total, 65% dos entrevistados afirmaram que a polícia é “nada ou pouco confiável”. Também preocupante é a indicação de 51% destes entrevistados de que o Judiciário é “nada ou pouco confiável”. O Índice de Confiança na Justiça Brasileira (ICJBrasil), da Escola de Direito de São Paulo da Fundação Getúlio Vargas (Direito GV), foi calculado em seis Estados selecionados (MG, PE, RS, BA, RJ e SP), além do Distrito Federal.

A íntegra da edição de 2011 do Anuário Brasileiro de Segurança Pública, assim como as edições de anos anteriores, está disponível em www.forumseguranca.org.br/anuario

Sobre o Anuário

Para aperfeiçoar o Anuário, principal fonte de informação sobre a segurança pública no Brasil, a ONG estabeleceu um termo de parceria com a Secretaria Nacional de Segurança Pública (Senasp), do Ministério da Justiça, para o diagnóstico dos sistemas de informações criminais existentes no País. 

O levantamento, realizado a partir do cruzamento e da consolidação das informações financeiras da Secretaria do Tesouro Nacional, do Ministério da Fazenda, e de dados de violência reunidos na base da Senasp, do Sistema Único de Saúde (SUS) e de secretarias estaduais de Segurança Pública, apresenta mudanças importantes em relação aos anos anteriores.

O Anuário Brasileiro de Segurança Pública se propõe a ser, exatamente, um instrumento para a reavaliação das políticas públicas na área de segurança e planejamento de ações futuras.

Sobre o Fórum Brasileiro de Segurança Pública

Foi constituído em março de 2006 como uma organização não-governamental, apartidária, e sem fins lucrativos, cujo objetivo é construir um ambiente de referência e cooperação técnica na área de atividade policial e na gestão de segurança pública em todo o País. O foco do Fórum está no aprimoramento técnico da atividade policial e da gestão de segurança pública. Por isso, avalia o planejamento e as políticas para o setor; a gestão da informação; os sistemas de comunicação e tecnologia; as práticas e procedimentos de ação; as políticas locais de prevenção; e os meios de controle interno e externo, dentre outras; sempre adotando como princípio o respeito à democracia, à legalidade e aos direitos humanos.

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