Nunca é tarde para mudar

por Redação

Depois de se curar de um câncer, José Walter descobriu que a vida foi feita para realizar sonhos

José Walter da Costa

José Walter da Costa

Até 2007, o paulistano José Walter da Costa, 63 anos, três filhos e seis netos, só pensava em seu trabalho em um escritório de contabilidade. “Eu era um sedentário e trabalhava demais”, conta. Mas, naquele ano, José Walter descobriu que estava com um câncer no intestino. Como era de se esperar, sua primeira reação foi de abatimento, mas logo decidiu aproveitar o momento crítico para transformar sua vida. “Resolvi realizar os meus sonhos”, diz.

Como tinha que passar muito tempo no hospital por conta das sessões de quimioterapia, José decidiu usar aquelas horas para escrever uma autobiografia. “Sempre sonhei em escrever um livro. E achei que aquele era um bom momento para fazer um retrospecto da minha vida.” 

Trajetória foi lançada em 2010, pela editora Manole. O novo escritor gostou tanto do ofício que hoje mantém uma coluna no site O taboanense. E a realização desse sonho foi só o começo, o ponto de partida para que José Walter descobrisse que era capaz de muito mais.

 

Corpo são, mente sã

Assim que o tratamento terminou, José Walter passou a acompanhar a mulher, Catarina, 61, às sessões matinais de ginástica do Itaú Viver Mais, um projeto voltado para aposentados e idosos com o objetivo de trazer mais qualidade de vida por meio do lazer e de atividades físicas gratuitas, como caminhadas, aulas de yoga, teatro, dança e coral.

“Eu era um enferrujado e sem disposição. Hoje, eu já consigo encostar as mãos nos pés sem dobrar os joelhos nas aulas de alongamento”, fala. A energia que José tem hoje é de dar inveja a muitos jovens de 20 anos. Ele acorda às 5h30 todos os dias. Uma hora depois, ele e a esposa já estão no Viver Mais para fazer seus exercícios. Voltam para casa às 10h, e José vai para o escritório de contabilidade trabalhar até as 18h. Depois do expediente, o tempo de José ainda é dividido entre ensaios de teatro e canto. “Só volto para casa por volta das 22h.”

Aos sábados, ele participa de uma oficina de teatro para aprimorar ainda mais o talento recém-descoberto. “Os domingos eu reservo para ficar com a esposa, senão ela reclama”, conta, entre risos. Começar a se exercitar e conviver com outras pessoas trouxe mais vigor à sua vida, em um momento fundamental. “Eu sempre digo que nunca é tarde para fazer mudanças. E somos nós os responsáveis por elas”, diz.

 

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