Viajar de forma independente ou com agência de turismo?

por Gaía Passarelli

Viajantes respondem: o que vale mais a pena?

Há pouco tempo, abri uma conta no CuriousCat.Me. A ideia é receber perguntas sobre qualquer coisa (que posso responder ou não) e entender melhor quais são as questões das leitoras sobre viagem pra além dessa história de “mulher viajando sozinha". A coisa do orçamento é assunto constante, claro. Por isso, pra estreia selecionei essa pergunta dessa mana e fui atrás das respostas de duas colegas.

@ressacamoral Quero conhecer alguns locais da África, e eis o tiro: é absurdamente caro. Quais são as dicas para diminuir custos de viagem?

Pra todo mundo que está pensando em viajar (bom, talvez não pros muito ricos, mas não é nosso caso) fazer orçamento e tornar a viagem realidade é o mais difícil. E não tem uma fórmula pronta: tem que pesquisar e comparar possibilidades. Digo isso, porque muitas vezes a solução pode estar fazer pelo menos parte da viagem com uma operadora de turismo, que não raro diminui consideravelmente muitos dos custos mais altos como passagem e hotel. Além disso, em se tratando de países onde o turismo não é sempre fácil, pode ser muito bom contar com um facilitador.  E viajar em grupo é um descomplicador pra quem não tem tempo nem experiência no assunto.

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Já viajei tanto de forma independente (ou seja, pesquisando e fazendo minhas próprias escolhas a cada etapa) quanto por agência (pra ir pra lugares mais difíceis tipo norte do Amazonas). Tem suas vantagens e desvantagens. Fui para o Jalapão, por exemplo, com uma agência. É um lugar onde eu não conseguiria chegar sozinha dirigindo 4x4 em estradas sofríveis, vazias e não mapeadas em trechos de sete, oito horas. Também foi muito legal contar com uma guia que ia contando e mostrando tudo sobre a região — essa viagem eu fiz com meu filho e a intenção era que ele aprendesse mais sobre o interior do país.

Mas planejar e fazer a sua própria viagem sem depender do outro é uma experiência única, claro. “Prefiro viajar de forma independente. Acredito que algumas das atividades que constam em pacotes podem até ser mais baratas do que se eu fizesse elas separadamente, mas o bom de poder planejar a viagem de forma independente é participar de atividades que não estão nesses pacotes das agências tradicionais, com agentes locais, organizadas por empresas menores”, conta a Lívia Aguiar, 30, do blog eusouatoa.com, que relata e dá dicas de destinos para viajantes independente. “Também posso simplesmente conhecer o lugar por mim mesma, com o guia de viagens e outras recomendações na mochila e meus sentidos e interesses em mente.”

Já a Fabia Fuzeti, 41, que escreve o blog estrangeira.com.br, experimentou e viagem em grupo e não se arrepende. "Eu tinha preconceito em relação à viagens em grupo mas tive uma experiência maravilhosa no Japão,” ela conta. "Fiz um tour por oito cidades com um grupo pequeno e um guia inglês. O tour possibilitou conhecer e aprender muito mais do Japão, já que o guia conhecia muito bem o país, sabia como circular de maneira mais rápida. Isso ficava muito claro nos dias que o guia tinha folga e nós tínhamos o dia livre para fazer o que quiséssemos. Eu me perdia, pegava ônibus errado, levava uma eternidade para pedir minha comida. Especialmente em países com idioma muito diferente e onde ninguém fala inglês o guia pode ser seu salvador! Sem falar que ele nos contou as histórias e curiosidades mais sensacionais e nos levou para comer em uma enorme variedade de restaurantes com comidas diferentes. Tenho certeza que fiz a escolha certa e aproveitei intensamente."

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Em relação aos custos, Fábia lembra que pacote não é necessariamente mais barato. "Cada caso é um caso e já vi pacotes que saíam mais caro que organizar tudo sozinha e também já encontrei pacotes muito vantajosos. Minha primeira visita à Argentina foi com um pacote. O preço do pacote todo, com hotel, transfer, city tour, um almoço e uma bolsa foi quase o mesmo preço de comprar passagem aérea online,” explica. Lívia concorda: “Para comprar passagens aéreas sempre faço cotação com um agente de viagens e também comparo com o preço conseguido comprando diretamente pela internet. Dependendo do destino e do prazo que tenho pra comprar a passagem, ela pode sair mais barata com um agente,” conta Lívia. 

Pra mana do CuriousCat, uma última dica: se sua viagem para a África for em frente (torcendo pra que vá!) não deixe de conhecer as aventuras do casal de viajantes argentinos Laura Lazzarino (Los Viajes de Nena) e Juan Pablo Vilarino (Acrobata de Viaje). Eles estão pela África há um ano e meio.

“Quem planeja a viagem de forma independente consegue organizar o tempo de acordo com seus meus interesses e vontades, não fazer os passeios só porque já estão pagos, pode mudar de ideia e escolher as companhias durante a viagem.” (Lívia)  

Créditos

Imagem principal: Tim Gouw via Stocksnap.io

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