Please like me: sexo, relacionamentos e vida louca

por Gabriela Borges

Por que você deveria dar uma chance à série do australiano Josh Thomas, que está na Netflix

Um clássico: você está sentada na frente da TV, com a Netflix conectada, mas não sabe muito bem o que assistir. Aí, manda uma mensagem para uma amiga, que te indica uma série nova, que tava escondida por ali. E você pensa "como isso nunca apareceu entre as minhas sugestões, gente?"

Foi assim que fiquei sabendo da série australiana Please like me e mergulhei de cabeça na maratona. Apesar de ter entrado no catálogo da Netflix em novembro de 2016 (isso faz dela uma novidade por aqui ou já está velha?), a primeira temporada é de 2013 e a quarta já começou a passar na Austrália e nos EUA. Se você gosta de Girls, LoveEasy, a lista abaixo provavelmente vai fazer você querer assistir essa série também. 

1) Se Lena Dunham é a voz da geração millennium norteamericana, Joshua Michael "Josh" Thomas, 29 anos, criador e protagonista da série, é a voz da geração australiana. Quem afirmou isso foi o jornal local Daily Review e tenho que concordar. Em 2005, aos 17 anos, Josh se tornou o mais jovem vencedor do Melbourne International Comedy Festival, recebeu vários prêmios pelo mundo com Please like me, e vem sendo ovacionado pela mídia internacional. Ele é realmente ge-ni-al. 

2) Josh, o protagonista, é inspirado na vida real do próprio Josh Thomas. Neurótico, carismático, egocêntrico, cheio de autoconfiança, mas um tanto quanto perdido (um Woody Allen mais legal e mais moderno?!). Logo no primeiro episódio, depois de levar um fora da namorada, que afirma que ele é gay, Josh sai do armário e, junto com seus amigos e seus pais, passa a lidar com a quebra de preconceitos, tabus e paradigmas - os seus e os dos outros.

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3) Não, a homossexualidade não é o tema central da história, Josh não é o cara perfeito, ninguém é feliz o tempo todo nem tem muita grana, e todo mundo parece estar meio perdido na vida. Ufa!

4) Vale destacar também o carisma e a genialidade de Thomas Ward, criador e roteirista da série junto com Josh, que vive Tom, o melhor amigo e colega de apartamento do protagonista. Ele é o típico australiano não-surfista, sabe?

5) A série trata de forma natural temas que poucas vezes aparecem com leveza e humor - ou inteligência, como homofobia, racismo, depressão, relacionamentos abusivos, a dificuldade que pais e filhos têm para se relacionar, envelhecimento e solidão.

6) Música e comida: dois pontos importantes que dão ritmo aos episódios. Josh ama cozinhar e prepara o tempo todo coisas como caramelo toffee e mac and cheese trufado, que só de lembrar dão fome. Na trilha, hits dos anos 90, como Kiss me, do Sixpence none the richer, hinos dos millennials, como Chandelier, da Sia, entre outros clássicos. (Ouça a playlist)

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7) Mesmo quando não são maravilhosas, as produções australianas são sempre interessantes. Pelo sotaque, pela cultura, pelo humor, pelas cores. Clássicos esquisitos, como Priscila, a rainha do desertoO casamento de Muriel e Mad Max (o primeiro) são de lá, lembra?

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